O Ministério Público em Ibitinga (SP) vai investigar as condições de segurança da Rodovia Leônidas Pacheco Ferreira (SP-304). De acordo com um levantamento do órgão, neste ano já foram registrados quase 100 acidentes com 21 mortes. A investigação começou depois da tragédia com o ônibus de estudantes de Borborema, quando 13 pessoas morreram. Mas o número de vítimas de acidentes graves no trecho não para de aumentar.
Em todo o ano passado, a Polícia Militar rodoviária registrou 114 acidentes com 103 vítimas e 9 mortes. Em 2014, até novembro, foram 99 acidentes, mas o número de vítimas disparou, apesar das melhorias na pista: 135 casos com 21 mortes.
Um dos piores trechos está entre Ibitinga e Borborema. No último fim de semana, três pessoas morreram em um acidente entre dois carros que trafegavam em sentidos opostos. Também foi na Leônidas Pacheco Ferreira que 13 pessoas morreram no mês passado, na batida entre em ônibus e um caminhão. O ônibus teve a lateral arrancada e a tragédia que também está sendo investigada pelo MP.
Para o promotor que cuida do caso, o laudo do Instituto de Criminalística é apenas mais um elemento nessa investigação, mas não é determinante para concluir as causas do acidente.
“Precisamos apurar concretamente o que está ocorrendo, mas até que isso aconteça, algumas medidas podem ser tomadas. O MP pensa em tomar medidas para que o limite de velocidade seja controlado na via e a sinalização seja implantada. Além disso, é possível prever uma ação civil pública”, afirma o promotor de Justiça de Ibitinga, André Gandara.
Ainda de acordo com o promotor, há três anos, a promotoria de Ibitinga chegou a abrir investigação sobre os acidentes que já eram frequentes na rodovia e os dados estão sendo estudado. O ministério público pretende colher ainda outras provas, inclusive testemunhais, mas mesmo antes de chegar a uma conclusão definitiva, a intenção é tomar medidas que evitem novos acidentes.
“Nós notificamos o Departamento de Estradas e Rodagem (DER) sobre a instauração da investigação e pedimos que a empresa responsável pela obra, quando ela começou, mostre dados sobre o processo licitatório, o número de acidentes e eventuais estatísticas”, ressalta o promotor do MP. O DER ainda não respondeu aos questionamentos do Ministério Público. (TV TEM)