O Sindicato Rural de Ibitinga e Tabatinga foi criado em 30 de novembro de 1965 com o objetivo de defender os interesses da classe de produtores rurais. Hoje, desponta entre os maiores do estado, com 824 produtores associados que usufruem de serviços de qualidade nas áreas contábil, jurídica, veterinária, técnica agrícola e odontológica, além de contarem com todo apoio e representatividade de seus interesses junto às esferas municipal, estadual e federal de governo.
Desde sua fundação, o sindicato evoluiu muito. Construiu sede própria para atender às demandas sempre crescentes dos produtores associados e em 1987, ampliou sua área de abrangência, integrando o município de Tabatinga como extensão de sua base.
Capacitado e comprometido em facilitar o dia a dia do produtor rural, o Sindicato Rural de Ibitinga e Tabatinga tornou-se a voz dos pequenos, médios e grandes produtores da região e virou referência de entidade sólida e respeitada.
Em 2014, por exemplo, esteve ao lado dos citricultores na tentativa de amenizar as dificuldades relacionadas à comercialização da safra e também dos agricultores familiares destes dois municípios, tanto para auxiliar na melhor utilização dos recursos do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) quanto na criação do Galpão do Agronegócio. “Este foi um dos anos mais complicados de nossa história de quase meio século. Isso devido à seca que nos assolou. Foi a pior da história, segundo registros aos quais tivemos acesso. Sem sombra de dúvidas, a safra 13/14 foi a pior dos últimos anos. Outro fator que nos atrapalhou demais foi o econômico. Quem trabalha com laranja teve dificuldade em negociações e, além do preço baixo, doenças como Greening e Cancro Cítrico também impactaram a produção”, avalia o presidente da entidade, Frauzo Sanches, completando que, apesar disso, houve um grande esforço do Sindicato Rural para amenizar a situação. “Também tivemos grandes conquistas, como o Galpão do Agronegócio, destinado aos pequenos e médios produtores que saíram das culturas de cana-de-açúcar e laranja e encontraram na fruticultura e horticultura uma possibilidade de se manter na atividade rural sem ter que se mudar de suas propriedades. Temos orgulho de dizer que estamos fazendo o possível para alcançar metas e dar auxílio aos nossos associados. A cada dia, com os produtores fazendo parte do quadro de associados e participando mais, o Sindicato se torna uma entidade de independência política e econômica, representando ainda mais o interesse do setor”, sentencia.
Associado há 15 anos, o produtor Ivo Cardili, mantém a esperança de mudanças e melhorias. “Meu pai foi associado do sindicato durante muitos anos e, seguindo seus passos, escolhi como atividade agrícola a citricultura. No passado, éramos cercados por laranja e o rendimento da cultura era alto. Agora, porém, passamos por uma crise que tem nos marcado muito. Com tantas doenças e pragas nos laranjais eu e muitos outros produtores nos vimos obrigados a mudar de atividade, pois o gasto não é compatível com o preço a que vendemos a fruta. Nos últimos anos, percebemos que esses problemas não assolam só a cidade de Ibitinga, ao contrário, está generalizado e se agravou ainda mais com a seca, por isso, hoje vemos outras culturas por aqui. É visível que a agricultura não anda junto com a economia. É uma atividade de alto risco e que gera cada vez menos lucro. Fazemos o que podemos para produzir. Por sorte, para nos dar auxílio em todas as atividades, não só as que competem a área agrícola, temos o Sindicato Rural, que nos ajuda, esclarece dúvidas e está sempre pronto e preparado para nos atender. O Sindicato Rural é de fundamental importância para nós produtores”, destaca o citricultor.
Para Alcides Moreira, o aniversário de 49 anos representa uma dádiva. “Não é qualquer instituição que se coloca em pé e permanece em atividade por tanto tempo. É difícil ver instituições iguais à nossa no país. O Sindicato Rural realmente trouxe à pauta o interesse do agricultor. Também temos focado muito em leis trabalhistas, na legislação, que muitas vezes gera dúvidas aos produtores e eles têm buscado se associar, porque sabem muito bem que aqui há um grupo de pessoas prontas para atendê-los, e que trata de assuntos específicos. O Sindicato Rural, hoje, é um exemplo de instituição forte e razão de orgulho, não apenas para os produtores rurais, mas também para todos os cidadãos dos municípios de Ibitinga e Tabatinga”, conclui o diretor.
Preparativos 50 anos
Em 2015 o Sindicato Rural completa 50 anos. Para esta comemoração, o sindicato está produzindo um material de divulgação onde será levada em conta a história agrícola do município de Ibitinga e os associados e produtores que fizeram parte dessa história. “É fundamental o levantamento de tudo isso, porque além de registrarmos a história que está se perdendo, isso acaba reforçando um laço entre as pessoas e as famílias que vão se distanciando ao longo do tempo. Já perdemos associados e presidentes que fizeram parte desta história, desde a antiga Associação Rural, e levantando essas informações conseguiremos não apenas resgatar essa memória como honrá-la”, afirma Frauzo Sanches, presidente do SR.
Para auxiliar na produção deste material, o sindicato pede o apoio de todos para o compartilhamento de suas memórias, como fizeram estes dois associados:
“Há muito tempo sou associado do Sindicato Rural. De 1970 a 1986 fiz entrega de ovos, ração e medicamentos para a cooperativa. Tempos depois, trabalhei como assistente técnico da SOCIL.S.A. e Rações Anderson Clayton, que forneciam insumos à Cooperativa Avícola. Estava presente no dia da assinatura da transferência dos bens para a transição da Cooperativa para o Sindicato Rural. Tornei-me cooperado porque havia benefícios e hoje, depois de tanto tempo, ainda temos os benefícios e ainda mais assistência e auxílio dos que nos representam”.
Mauro José Viera de Figueiredo Júnior
“Fui cooperado e funcionário da CAMI (Cooperativa Avícola Mista de Ibitinga) desde 1962. Como funcionário trabalhei 22 anos e como cooperado podemos dizer que sou até hoje, porque agora sou associado do Sindicato Rural. A entidade nos traz muitos benefícios e nos auxilia em qualquer área. Somos pessoas simples e o sindicato nos ajuda em tudo”.
Juraci Pires