A produção de laranja em Ibitinga em 2015 terá uma queda em torno de 80%, alertam produtores. Com uma chuva abaixo do esperado para o mês de outubro, as floradas das árvores de laranja não se formaram como o esperado, mesmo com as chuvas de novembro, quando choveu 267,5 milímetros. Até a florada, o pé já foi prejudicado com a falta de água durante a estiagem de 2014. Segundo dados da Casa da Agricultura de Ibitinga (CATI), em outubro de 2013 choveu 142 mm, mas esse ano, o mesmo mês que antecede a primavera, choveu apenas 20,5 mm; uma redução de 85,56 %.
“Se chover bem, a umidade refaz os pés, mas a florada não dá pra saber se vem”, explicou Jaime Sanchez, sobre as chuvas de dezembro. O citricultor que tem 35 mil pés de laranja, alerta que a queda do 'chumbinho', que é a flor que se transforma em fruto, foi muito acentuada, devido a falta de chuvas. “Para gerar fruto, a árvore tem que estar forte, mas com o período da seca, a queda na produção na região ficou afetada em torno de 70%”, avalia. As chuvas ainda não amenizaram o efeito da estiagem. As frutas estão ressecadas e ainda menores, alertam produtores. O produtor e agrônomo Roberto Salva, que cultiva 70 mil pés de laranja e trabalha há 26 anos com a atividade, também confirmou a estimativa e ainda adverte: “Todos, sem exceção não colhem laranja se não der outra florada até janeiro. Se isso não acontecer, esse número ainda é otimista (80%)”, relatou o produtor. “De 70 mil plantas, se contar talvez eu não colho 100 caixas se não der outra florada até janeiro, mas ainda assim depende muito das condições fisiológicas da planta, como planta bem nutrida, com uma boa condição pluviométrica de umidade, entretanto, não é simples”, explicou.
Para o citricultor e presidente do Sindicato Rural de Ibitinga e Tabatinga, Frauzo Ruiz Sanches, a produção poderá ter redução “até maior que 70% em algumas propriedades da região”, afirma Sanches.
Redução da produção no estado
A expectativa para a produção de laranja em 2015 poderá ser calculada com cautela em fevereiro, porém o engenheiro agrônomo Ro-berto Salva avalia que se continuar como está, a queda na produção estadual será certa. Para Salva, a região sul e sudeste terá perda de 10 a 15 %. A área norte e noroeste do estado, contabilizará perdas de 30 a 40%. A região central de 70 a 80%.