Quando a lagarta Helicoverpa armígera apareceu nas lavouras, foi um terror. Muitos diziam que era a pior praga dos últimos tempos. Mas baixada a poeira, os agricultores estão aprendendo a controlar a praga.
Manter a lavoura de soja livre das lagartas é o sonho de qualquer agricultor. Mas desde que a Helicoverpa Armígera apareceu nos campos brasileiros, há duas safras, o desafio aumentou. A praga exótica come de tudo: algodão, milho, soja. Atacando desde as folhas até as vagens.
Para proteger a plantação, o agricultor Diórginis Seron monitora cuidadosamente a área. São 2500 hectares em Campo Verde, sudeste de MatoGrosso. “Todo mundo ficou armado aí, esperando, porque sabe que o estrago dela é muito forte”, lembra o produtor.
Depois da preocupação e dos prejuízos da última safra os agricultores reforçaram o alerta no combate à praga. Na fazenda de Diórginis, por exemplo, uma das estratégias adotadas foi justamente identificar o melhor momento para realizar as pulverizações.
A máquina (pulverizadora) entra em ação quando as pragas ainda estão pequenas: quanto mais nova for a lagarta, maior a chance de resultados melhores. Com isso, o número de aplicações de inseticidas caiu pela metade.
Outra arma que tem ajudado no campo é o vírus HZNPV, um inseticida biológico importado da Austrália. Sob o efeito do vírus, a lagarta vai ficando lenta e comendo menos até chegar a morte. A cooperativa Cooperfibra reforçou o estoque do produto, que está fazendo sucesso entre os associados.
“Eu acho que nós da cooperativa comercializamos aí em torno de uns 1600 litros pra esta safra”, diz José Atílio Brustolin, gerente da Cooperfibra.
O produto biológico é mais em conta que o químico. O galão com cinco litros sai por 645 dólares, 30% a menos que os inseticidas mais usados no combate à Helicoverpa. O agricultor Ítor Cherubini alternou o uso do produto biológico com os inseticidas químicos. Foram quatro aplicações ao todo.
“Você pode ver aqui que não tem nenhuma vagem furada. No momento que ela furar, fizer um furinho só na vagem ela vai estragar a vagem inteira”, explica Ítor.
Com as medidas preventivas, o agricultor não vai precisar realizar nenhuma pulverização a mais para combater a praga. Um resultado bem melhor que o da última safra. “Ano passado, nós fizemos sete aplicações de inseticidas. Você vai conhecendo a praga e vai mudando as estratégias e é isso que vai ajudando no controle da lagarta”, diz o produtor rural.
O uso desse produto biológico foi autorizado emergencialmente pelo Ministério da Agricultura.
Globo Rural