Ibitinga, Domingo, 24 de Novembro de 2024
Viveiro de Mudas: um cenário de possibilidades
Mantendo, há quatro anos, um viveiro de mudas com foco na venda virtual, Thiago Supino, desbrava um novo caminho no meio rural de Ibitinga

  “Tudo começou como uma brincadeira”. Assim o engenheiro mecânico e empreendedor rural, Thiago Ferreira Supino, de 33 anos, explica o nascimento do Safari Garden – Mudas Exóticas. “Meu envolvimento com a produção de mudas, pode-se dizer, é 'genético'. Minha avó e minha mãe sempre gostaram muito de plantas e produzíamos mudas para reflorestar nosso espaço e dar para os amigos e parentes. Vi ai uma oportunidade de negócio e há cerca de quatro anos resolvi anunciar na internet. Três horas depois havia feito a primeira venda e, desde então, não parei mais”, conta.

  O grande diferencial no negócio de mudas de Supino são as vendas on-line. O “carro chefe” continua sendo o Mercado Livre, onde a Safari Garden possui alta reputação de vendas, e uma loja virtual também foi criada e está em constante aperfeiçoamento para acompanhar as mudanças. O próximo passo será a inauguração de uma loja física, prevista para o segundo semestre de 2015.

  “A rentabilidade do viveiro é muito bacana. Fomos os pioneiros nesse negócio de venda de mudas pela internet e com o passar do tempo adquirimos uma reputação muito boa. Isso ajuda a nos manter estáveis no mercado, pois hoje há muita concorrência. Grande parte do nosso público alvo é de pessoas estabilizadas, que moram em apartamentos em grandes centros e possuem casa de lazer na praia, fazenda ou chácara, por isso, a credibilidade é muito importante. Hoje a compra pelo mercado livre é totalmente segura. É mais inseguro vender do que comprar, inclusive, porque se o comprador for desonesto o vendedor perde. Felizmente não temos clientes assim porque sempre trabalhamos para que isso não aconteça. Outra grande vantagem deste negócio é que cada vez mais pessoas se interessam por reflorestamento. Hoje em dia, feliz-mente, o mundo pensa mais verde e há uma preocupação maior com o plantio de árvores. Aqui no sítio mesmo, notamos a diferença. Há alguns anos, olhávamos em volta e havia pouquíssimas árvores, agora o cenário está mudando”, enfatiza.

 

Sobre o viveiro

 

   O viveiro - protegido e não protegido - ocupa cerca de um hectare do sítio Santa Maria, há 13 quilômetros de Ibitinga. São mais de 150 espécies de frutíferas disponibilizadas para venda, sem contar as plantas ornamentais. As campeãs de vendas, segundo Supino, são o Limão Siciliano, a Amora Gigante e Pitaya. Mangostim, Rambutan Durião e a chamada 'Fruta do Milagre' são as 'pérolas' do viveiro.

  Com a utilização da internet, é possível atender todo o Brasil. A logística de entregas é feita por transportadora e pela equipe. Como a durabilidade da muda varia muito de espécie para espécie as entregas feitas pessoal-mente são priorizadas. “Acreditamos ser melhor porque a planta chega melhor cuidada, com melhor qualidade e no prazo combinado. Além disso, criamos certa afinidade com nossos clientes e, dessa maneira, há também a possibilidade de ampliar vendas, pois pessoalmente é possível levar mais opções de plantas, caso o cliente queira concretizar uma nova venda no ato da entrega”, avalia Supino.

  O processo de formação de mudas, segundo o empresário, é bastante  interessante. “Há sementes que nascem de um dia para o outro e algumas que demoram até três anos para germinar, o caso de algumas palmeiras. Das produzidas no viveiro, a que germina mais rápido (leva cerca de 15 dias) é o Açaí Precoce Anão. É uma semente que não pode ser armazenada por mais de 20 dias, pois acaba perdendo a germinação. Como é uma semente que vem do Pará, ela já começa a germinar dentro dos sacos. O Butiá, por outro lado, é a muda que mais demora, são três anos para germinar. Não me recordo de alguma que leve mais tempo”, comenta.

  O envolvimento com o viveiro é tamanho que Supino aproveita todas as oportunidades para 'caçar plantas'. “No Brasil só não fui ao Amazonas”, confessa. Fora do país, em uma viagem à Africa do Sul, por exemplo, acabou adquirindo maior conhecimento sobre as Aloe Veras. “Essa experiência foi bem bacana, pois descobri que a planta não tem nada a ver com a que conhecemos no Brasil. Há uma diferença muito grande em termos de tamanho principalmente. Lá existem mais de 500 variedades de Aloe Vera, todas com a mesma característica da babosa. E esse aprendizado despertou em mim o interesse pelo ornamental, pelo diferente”, relembra.

  Segundo o empresário, dá bastante trabalho a manutenção do viveiro, mas o prazer de lidar com as plantas, de viajar e estar em constante aprendizado sobre novas espécies e técnicas é compensador. Os aspectos burocráticos e tributários, na sua visão, são o maior desafio do negócio, mas a formação em engenharia, de certa forma, o auxilia. “Mesmo não exercendo a profissão, vejo tudo como engenheiro. O estudo ampliou minha noção de logística, de construção e, principalmente, de gerenciamento”, conclui.

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