No último sábado, dia 17, o Sindicato Rural de Ibitinga e Tabatinga reuniu associados com mais tempo de filiação com o objetivo de resgatar memórias do setor rural no município, para integrar o livro comemorativo dos 50 anos da entidade que está sendo produzido.
Estiveram presentes ao encontro o presidente do sindicato, Frauzo Ruiz Sanches, e os diretores Aparecido Soares e Alcides Moreira, os ex-presidentes da entidade Carlos Vilela e Armindo Figueiredo, Felício Trevisan e seu filho Joel Trevisan, Aristides Campassi, Valdomiro Mercúrio, Agenor Gamas, Armindo Figueiredo, Norberto Casoti, Eduardo Naim Além, o presidente da Associação dos Produtores Rurais, João Minzoni, Yashieo Sato, que foi chefe do Posto de Sementes por sete anos e Cletto Stocco.
Além deles, referências históricas importantes para o setor agrícola no município, participaram também: Renata Cardoso, gerente do Sindicato
Rural, Elza Racy, jornalista e historiadora, que está coordenando a pesquisa para o livro, Moacir Fávero e Valdecir da Silva, estudantes do curso de Turismo da Faculdade de Ibitinga, que estão colaborando com a pesquisa e Yara Racy, jornalista responsável pela Comunicação do Sindicato Rural e organizadora da obra.
Frauzo Sanches iniciou a reunião comentando a importância do encontro. “Reunimos os 'notáveis' do Sindicato para relembrar histórias da agricultura no município e do próprio sindicato para elaborar o livro. Os Landins vieram de Minas Gerais em busca de terras para plantar café e, através dessa história, procuramos contar outras. Muitas histórias se perdem com o tempo e nosso objetivo é levantar o maior número de informações, antes que se percam. Todas as memórias vivas que estão aqui ajudaram a história a se desenvolver e podem nos ajudar nesse trabalho”, afirmou.
Em seguida, Elza Racy, convidou os presentes a 'soltarem a memória'. “Acho a proposta do sindicato maravilhosa, esse resgate é importantíssimo, principalmente com a profundidade que se busca, e como historiadora sei que a melhor forma de pesquisa é a conversa com pessoas que viveram a situação, por isso, a ideia dessa reunião, porque vocês são a referência viva do sindicato no passado. Precisamos que lembrem acontecimentos, sem informalidades e sem preocupações, porque depois tudo isso irá se transformar em texto, mas precisamos que soltem a memória”, pediu aos presentes.
A historiadora também comentou a relação do setor agrícola com a fundação da cidade. “Embora já tenha escrito sobre isso para o jornal O Comércio, nunca tinha me atentado para o detalhe do Landim ser um agricultor do café. Foi numa dessas pesquisas que descobri que eles vieram de uma cidade que até hoje é plantadora de café. Ele e sua família saíram de lá para ter uma região onde não se dependessem de patrão. En-tendo, agora, a importância disso, para quem quer fazer uma vida de progresso”, acrescentou.
Os diretores Aparecido Soares e Alcides Moreira comentaram sobre sua vinda para Ibitinga e a relação com o Sindicato, em seguida, passaram a palavra aos convidados, que comentaram também suas atividades e sua relação com a entidade.
Felício Trevisan, enfatizou o pouco valor que se dá ao agricultor e à atividade agrícola. “Vim para Ibitinga em 1973, e fui um dos maiores plantadores de amendoim do município, até recebi medalha por isso, mas foi uma luta terrível. Ibitinga era bem pequena e nunca se pensou que chegaria ao tamanho de hoje”, afirmou. Carlos Vilela pontuou a diversificação de culturas. “Me lembro muito bem que existiam todas as culturas: café, milho, arroz, mamona. Havia suinocultura, avicultura. Hoje a grande dificuldade se dá por causa da falta de mão de obra qualificada na atividade rural”, ressaltou. Armindo Figueiredo relembrou a época que Ibitinga foi grande produtora de arroz e comentou sobre a transição da antiga Associação Rural para o atual Sindicato Rural. “Foi uma coisa de política. Alguém tinha conhecimento dos movimentos de transformações, e o sindicato seria mais útil”, afirmou. Eduardo Além lembrou que o pai, que veio do Líbano, sempre achou Ibitinga uma terra abençoada, muito fértil: “Aqui, se cai uma semente de feijão no chão, nasce um pé”, dizia.
O encontro foi gravado e tudo o que foi dito contribuirá com a redação final do livro comemorativo. Ao final da reunião, Sanches agradeceu a participação de todos e reforçou a necessidade constante de união da categoria. “Com tudo o que ouvimos, apesar de notarmos que as dificuldades são muitas, principalmente de capital social, concluímos que os objetivos do sindicato estão sendo mantidos ao longo do tempo e para as próximas gerações. Provavelmente somos o sindicato com mais associados ativos e número de serviços prestados. Só no ano passado foram 95 novas inscrições e já ultrapassamos o número de 800, com isso, vemos que o sindicato auxilia nas transições do setor agrícola. Isso é importante, para que registremos esse espírito de união, de trabalhar em comunidade, bastante raro hoje em dia. Vamos reforçar esse sentimento”, finalizou.
COMPARECERAM: (na foto) Frauzo, Alcides Moreira, Aparecido Soares, Eduardo Além, Felício Trevisan, Yashieo Sato, Cleto
Stoco, João Minzoni, Carlos Vilela, Armindo Figueiredo, Agenor Camas, Aristides Campassi, Joel Trevisan.