As ações da Monsanto caíram nesta segunda-feira (23/3), após uma agência da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmar que o glifosato, herbicida comercializado sob o nome Roundup pela empresa, tem o potencial de causar câncer em humanos. Neste fim de tarde, as ações da companhia recuavam 1,7% na Bolsa de Nova York (Nyse). A Monsanto rapidamente criticou a classificação, publicada na sexta-feira (20/3) por pesquisadores da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer. Segundo a empresa, décadas de estudo comprovam que o uso do glifosato na agricultura é seguro. Para ambientalistas, no entanto, a afirmação é mais um motivo para órgãos reguladores avaliarem novamente o produto.
A classificação da agência reacendeu o debate sobre a segurança do glifosato. Consumidores e ambientalistas vêm alertando há muito tempo sobre os problemas de saúde que, segundo eles, podem ser causados pelo uso do herbicida. Produtores, por sua vez, seguem elogiando a segurança do produto e seu impacto ambiental em comparação a outros químicos. De acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, o glifosato é o herbicida mais usado atualmente no país. Produtores ampliaram seu uso nas duas últimas décadas com o aumento das lavouras de variedades geneticamente modificadas de milho e soja, que são capazes de resistir ao químico.
Estadão