Ibitinga, Domingo, 24 de Novembro de 2024
Escola de Aviação Agrícola de Ibitinga forma nova turma de pilotos
Dez pilotos foram certificados na última semana e devem agora seguir carreira na aviação agrícola

  Na última terça-feira (12), o Aeroclube de Ibitinga formou uma nova turma de pilotos agrícolas. A cerimônia, onde os alunos receberam o Certificado de conclusão de Curso de Especialização em Aviação Agrícola aconteceu no Hangar principal Sargento Roldão, local onde a escola funciona, e contou com a presença do ex-presidente do Aeroclube e entusiasta da aviação Antônio Longuini, do proprietário da IMAER, empresa responsável pela manutenção das aeronaves, Osvaldo Sebastião Costa, e dos instrutores do curso Bruno Endres Longhini e Erick Assêncio, além de dois Secretários da prefeitura, que representaram o prefeito. O curso teve início em 29 março.

  Segundo o piloto agrícola e coordenador do Curso de Aviação Agrícola (CAVAG), Bruno Endless Longhini, para sua realização é necessário que a pessoa seja maior de 18 anos, que já tenha concluído os cursos de piloto privado e comercial e, de preferência, o curso de instrutor de voo, para adquirir experiência e as horas 370 horas mínimas exigidas pela ANAC, sendo 100 horas em comando.

   O curso de aproximadamente 30 horas é dividido em duas fases: básico e avançado. A fase básica é realizada na aeronave convencional Cessna 170 e na fase avançada, utiliza-se o avião “Ipanema”, onde os alunos voam sozinhos sendo coordenados e recebendo instruções via rádio. Por fim, é realizada mais uma hora de voo com um checador, que avalia o treina-mento.

  "O CAVAG é uma especialização feita por pilotos formados que desejam seguir uma nova área. Temos como objetivo ministrar um curso de excelência, com aulas teóricas e práticas que preparem o aluno para o mercado de trabalho. Sendo assim, liberamos o aluno/piloto para o "cheque" só se ele estiver apto", ressalta Noeli Raquel do Prado Gama, diretora social do Aeroclube.

  O investimento no curo de piloto agrícola gira em torno de R$ 28 mil reais e a rentabilidade da profissão depende muito da região que o piloto vai sobrevoar. O custo da prestação de serviço, geralmente, é calculado por hectare e varia de uma região para outra. "O piloto de primeira safra, que está começando, tem uma remuneração inferior à do piloto que já voou várias safras. Em média, dependendo do número de hectares que vai sobrevoar, esse piloto iniciante recebe cerca de R$ 80 mil", esclarece Bruno Longhini.

   Ainda segundo o instrutor, que voa por uma empresa em Tangara da Serra, no Mato Grosso, e aproveita a entressafra para ministrar o curso, para quem gosta a profissão só traz vantagens. “Você trabalha em uma área que gosta, voando que é algo muito prazeroso e fazendo o serviço bem feito para os produtores”, afirma.

   Devido à qualidade, precisão e agilidade na aplicação de defensivos agrícolas por meio da aviação agrícola têm crescido a procura deste método pelos produtores. “Mato Grosso possui umas das maiores frotas de aviação agrícola e no estado de São Paulo as frotas estão aumentando”, comenta Longhini.

      Na empresa em que trabalha, o piloto é contratado pelo período da safra, entre cinco e seis meses, mas há empresas no mercado que também contratam anualmente. Uma  dica importante, dada pelo piloto, para o produtor que deseja contratar o serviço, é procurar empresas documentadas e certificadas pela ANAC, que utilizam defensivos agrícolas e adubos registrados e entregam relatórios para o no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). “A empresa precisa estar totalmente em ordem para o funcionamento. Algumas já vendem os produtos com aplicações aéreas outras, em função da necessidade do produtor, apenas aplicam a receita indicada pelo agrônomo para aquela lavoura”, explica o instrutor. 

   Em Ibitinga, ainda estão sendo realizadas tentativas para implantação de uma empresa agrícola e a liberação dos aviões para a realização do ser-viço na região.

   Marcelo Damer, piloto vindo do Rio Grande do Sul, realizou um sonho de longa data com a conclusão do curso e espera seguir carreira na aviação agrícola. Jhonatan Oliveira da Silva, natural de Sobradinho, na Bahia, resolveu fazer o CAVAG para alavancar sua carreira e galgar novos rumos na aviação. “Minhas expectativas são as melhores possíveis, pretendo conseguir um novo emprego e ganhar um pouco melhor. O curso é bem puxado, mas proporciona ao aluno bagagem suficiente para enfrentar a carreira agrícola, que pretendo seguir daqui em diante, já que na Bahia o mercado é amplo”, avalia.

 

Sobre o CAVAG Ibitinga

 

   O Curso de Aviação Agrícola, do Aeroclube de Ibitinga – Escola de Aviação Civil, foi homologado em 2014, pela Agência Nacional de Avaliação Civil (ANAC) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

   “Temos Aeronaves e instrutores de qualidade, por isso, conseguimos essa homologação. Somos a segunda escola do estado de São Paulo a oferecer o curso e estamos entre as cinco escolas desse tipo no país inteiro. Apesar de sermos novos no mercado capacitamos 23 Pilotos Agrícolas durante o ano de 2014 e estamos sendo reconhecidos nacionalmente pela qualidade da formação e o diferencial na instrução e no preparo dos pilotos”, avalia Noeli Gama.

   A procura pelo CAVAG tem sido grande, tanto que, no ano passado, a escola realizou três cursos e, este ano, pretende realizar entre quatro e cinco treinamentos, dependendo da meteorologia, que determina o prazo do curso. O mínimo de 35 dias pode se estender, devido ao tempo, e atrasar o cronograma pré-estabelecido.

  “Temos alunos de diversas regiões do Brasil como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, Paraná, São Paulo e Mato Grosso. Somos especialistas em treinamento na aeronave convencional Cessna 170 e reconhecidos pela qualidade de instrução de pilotos privados, comercial, voo por instrumentos e instrutor, que já realizamos há algum tempo. A homologação cedida pela ANAC para o curso de piloto agrícola veio acrescentar valor para nossa instituição”, conclui a diretora social do Aeroclube.

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