Está descontente com a sua barriga? A genética pode não ser favorável, mas apostar em dieta saudável e exercícios físicos ajuda a eliminar o problema.
A gordura se acumula na região abdominal de duas maneiras: na camada subcutânea ou na visceral. Na região subcutânea, isto é, logo abaixo da pele, a gordura não causa prejuízos à saúde - por formar os culotes, por exemplo, seu efeito é somente estético. Esse tipo de gordura é mais difícil de eliminar porque tem o metabolismo lento, isto é, demora para responder aos estímulos do organismo.
Já a gordura na camada visceral se fixa no interior da cavidade abdominal e está em constante atividade metabólica. "Essa gordura aumenta as taxas de ácido graxo no organismo e eleva o risco de doenças como o diabetes", diz Henrique Suplicy, endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Em mulheres, a gordura visceral oferece perigo quando a circunferência abdominal é maior que 88 centímetros; em homens, o limite é 102 centímetros.
Dieta - Para se livrar dos dois tipos de gordura, não existe fórmula milagrosa. A estratégia é aliar dieta à prática de atividade física. Na alimentação, deve-se ingerir menos calorias e evitar alimentos como fritura, carne vermelha, refrigerante, doce e embutido. Já o exercício precisa ser feito pelo menos três vezes por semana - e com moderação. "Quando a atividade é realizada em duração prolongada e intensidade baixa ou moderada, o corpo prioriza a gordura como fonte energética", diz Rodrigo Minoru, biomédico e professor do Centro de Metabolismo em Exercício Físico e Nutrição da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Treinos curtos e intensos, intercalados com um programa de fortalecimento muscular, são mais eficientes para emagrecer do que treinos longos e extenuantes.
O treino intervalado consiste em alternar o exercício entre intensidades muito altas (até 90% da frequência cardíaca máxima) e baixas a médias (não ultrapassando 70% da frequência cardíaca máxima), por, no máximo, 30 minutos. “Esse método eleva o gasto energético da pessoa por até 48 horas após o exercício”, explica Rodrigo Minoru, biomédico e professor do Centro de Metabolismo em Exercício Físico e Nutrição da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O metabolismo acelerado favorece a queima de gordura.
O músculo é o tecido que necessita de mais energia para manter-se ativo. Logo, quanto mais tecido muscular, maior será o gasto energético em repouso. Além disso, uma pesquisa recente de Harvard comprovou que a musculação é mais eficiente do que o treinamento aeróbico para perder barriga. Os participantes que faziam 20 minutos de treinamento com peso por dia tinham menos circunferência abdominal do que os que faziam 20 minutos de atividade aeróbica em intensidade moderada ou intensa. A combinação dos dois tipos de exercício surtia resultados ainda melhores.
O que diminui a barriga é a perda de gordura. Exercícios localizados, como o abdominal, não fazem isso. “O exercício localizado simplesmente fortalece a musculatura abdominal”, diz Henrique Suplicy, endocrinologista e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
O índice glicêmico (IG) diz respeito à velocidade pela qual o carboidrato é transformado em glicose pelo organismo. Ou seja, alimentos de alto IG são aqueles digeridos rapidamente pelo corpo. “Esse tipo de comida faz com que o nível de insulina suba de maneira rápida no sangue. Já se comprovou que essa condição é a principal causa de acúmulo de gordura visceral”, diz Izidoro Flumignan, endocrinologista do centro de tratamento da obesidade do hospital Quinta d’Orla, no Rio de Janeiro. Exemplos de alimentos de alto índice glicêmico são pães brancos e sucos industrializados.
O organismo precisa de carboidratos, proteínas e gorduras para se manter ativo e saudável. Segundo a nutricionista Carla Cotta, do Equilibrium SPA da Mente, no Rio de Janeiro, uma alimentação balanceada favorece a queima de gordura. "Por um mecanismo de sobrevivência, o corpo pouco nutrido acumula mais gordura", diz Carla.
Quando ficamos estressados, o corpo excreta grandes quantidades de cortisol, o hormônio do stress. “Concentrações elevadas desse hormônio favorecem o acúmulo de gordura abdominal. Além disso, por um fator psicológico, quando passamos por momentos estressantes, tendemos a comer mais”, diz Henrique Suplicy.
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