O forte temporal da última terça- feira, dia 08, assustou a população e causou diversos prejuízos na área urbana e rural do município de Ibitinga. Calcula-se que os ventos tenham chegado a quase 100 quilômetros por hora.
O produtor rural João Minzoni acredita que seu prejuízo seja entre R$ 70 e R$ 80 mil reais. Em sua propriedade, localizada no bairro Monte Alegre, edificações ficaram destelhadas e estufas destruídas. A grande preocupação, no momento, é conseguir salvar as culturas que ainda estão dentro das estufas danificadas. “Nossa prioridade é cobrir duas estufas que foram as mais prejudicadas, mas a matéria prima não está sendo encontrada e não há previsão de entrega porque as empresas rodam o plástico apenas uma vez por mês. Estamos procurando pela região, vamos ver em Bauru e Santa Cruz do Rio Pardo, dizem que o estrago lá também foi grande. Agora temos que ir catando os cacos para ir recuperando”, afirma o produtor.
José de Amorim Ribeiro, que reside no bairro Vamicanga, já vem sofrendo com os transtornos causados pelo temporal há alguns dias. Está sem luz e sem água. “O vento destelhou casas e derrubou árvores que caíram em cima do cano que abastece o sítio com água. Acredito que vai levar uns 15 dias para arrumar tudo”, explica Ribeiro.
Na propriedade de Telma Ruiz Sanchez Oliveira os prejuízos também são muitos. A força do vento destelhou edificações e deitou a cana de açúcar. Sem energia elétrica, foi preciso usar a bateria dos tratores para conseguir tirar o leite das vacas. “O prejuízo só não foi maior porque não estragou o leite. O caminhão de coleta realizou a análise e constatou que o leite estava bom”, contou a produtora. A energia em sua propriedade só foi restabelecida 48 horas depois da tempestade.
Questionada pelo Sindicato Rural de Ibitinga e extensão de base em Tabatinga (SR), a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), alegou por meio de sua assessoria de imprensa que todas as equipes estão em contingência e que a companhia está priorizando o restabelecimento de energia em hospitais e escolas. (veja nota na íntegra no quadro ao lado)
O presidente da entidade, Frauzo Sanches, critica a demora no atendimento a área rural. "Entendemos as dificuldades momentâneas, dado a intensidade dos danos, mas de longa data recebemos denúncias dos produtores e proprietários rurais e encaminhamos ofício à CPFL relatando problemas com a demora e o mau atendimento da companhia no restabelecimento de energia em situações adversas, assim como a falta de conhecimento dos atendentes quanto aos problemas, e pedimos solução", afirma.
Segundo o advogado da entidade, Dr. José Carlos Benedito Marques, os produtores que sofreram prejuízos em decorrência da chuva e pretendem ser ressarcidos deverão protocolar uma reclamação ou notificação na CPFL, em seguida, providenciar um laudo técnico. Se o produtor tiver direito a indenização e a mesma não for feita, poderá ser pleiteada em medida judicial. Os produtores que necessitarem maiores informações e ajuda neste sentido podem procurar auxílio no Sindicato Rural.
CPFL - Nota à imprensa - Temporal
O forte temporal que atingiu todo o interior de São Paulo na tarde de quarta-feira (8/9) afetou o fornecimento de energia para parte dos clientes das distribuidoras, principalmente nas áreas da CPFL Paulista. A situação climática registrada foi totalmente atípica, com ventos de 100km/h e já é considerada um dos maiores temporais em toda a história da concessão da CPFL no interior de São Paulo, pela sua intensidade e abrangência.
No pico das ocorrências, anteontem às 17h40, foram registrados 736 mil clientes sem energia na CPFL Paulista. Cerca de 95% dos clientes que tiveram o fornecimento de energia elétrica comprometido pelo temporal já tiveram o serviço restabelecido.
A CPFL reforça também que todas as equipes de eletricistas das distribuidoras foram mobilizadas no início do temporal e permanecem acionadas para solucionar os casos de falta de energia o mais breve possível.
Toda força de trabalho foi mobilizada para atender o mais rapidamente as cargas essenciais, que são hospitais, unidades básicas de saúde, clientes com UTI domiciliar, escolas e demais prédios e equipamentos públicos. O trabalho realizado prioriza a retirada de árvores de grande porte e objetos que caíram sobre a rede elétrica e a reconstrução da mesma, sempre em conjunto com a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Departamento de Trânsito e outros órgãos públicos.
A empresa tem ciência dos casos de falta de energia e o trabalho de recuperação do sistema elétrico seguirá, com todas as equipes mobilizadas até o completo restabelecimento do serviço.
Os principais danos registrados pela CPFL neste temporal foram ocasionados pela força dos ventos de 100 km/h ou descargas atmosféricas, que derrubaram postes, galhos ou árvores e objetos sobre a rede elétrica.
Em alguns locais de difícil acesso, como redes rurais, onde ocorreram problemas com quedas de árvores ou alagamento o atendimento está encontrando mais dificuldades. A previsão é que a maioria desses clientes seja restabelecida o mais breve possível.
A situação do fornecimento de energia elétrica no momento, em Ibitinga é de 1.183 mil clientes afetados.