Parte dos 13 anos nos palcos e salões de Bauru vai na “bagagem” de Nilza e Pablito para Lisboa, Portugal, no próximo sábado, dia 26 de setembro.
Por quatro meses, a dupla irá promover aulas de dança de salão, seminários e workshops em academias portuguesas, além de apresentações em casas de shows.
O casal é especialista em tango argentino e suas variáveis, mas deve trabalhar com mais de 20 ritmos da dança de salão. Os mais aguardados, sem dúvida, são o samba e o forró. A agenda artística será conciliada aos estudos de Nilza, que fará parte do seu doutorado na Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade de Lisboa, pesquisando a dança educativa.
“Vamos levar daqui um trabalho original, do sentir a música à forma do corpo se expressar; também nossa essência, o que a gente acredita e nosso enorme respeito pela linguagem da dança”, destaca Nilza.
A dança está em todos os setores de sua vida, e nesta viagem não será diferente. “No aspecto pessoal, vai ser muito bom estar com o Pablito mostrando nosso trabalho; profissionalmente, será uma oportunidade de conhecer outros dançarinos, compartilhar e aprender; no estudo, quero pesquisar como a dança é avaliada no cenário internacional”, lista.
“O grande barato da arte é que ela quebra barreiras”.
Apaixonados pelo estilo
Nilza e Pablito fazem apresentações e dão cursos dos mais variados tipos da dança de salão, porém, optaram por se especializar em um dos mais belos e sensuais ritmos, o tango.
“É mesmo o estilo que mais toca a gente, que mais desperta sentimentos. O tango chegou a nossa vida em 2002 e não saiu mais”, destaca Nilza. “A gente vive plenamente a dança; ela está em todos os momentos da nossa vida”.
Isso é fácil comprovar, nos passos, nos palcos e nos olhos dos dançarinos durante a coreografia.
O mais recente espetáculo que estrearam em Bauru, “Solamente tango”, retrata a história do ritmo, de Carlos Gardel a Piazzolla, e, no fundo, a história do próprio casal. “A arte é para ser vivida, sentida, experimentada. E nosso maior prêmio é estar com o público e o emocionar”, partilha a dançarina.
“Embaixadores” do ritmo na cidade, Nilza e Pablito receberam, em agosto, na Câmara Municipal de Bauru uma Moção de Aplausos, homenagem proposta pelo vereador Paulo Eduardo de Souza, com uma aprovação unânime.
Na casa do Legislativo, agradeceram dançando.
“Ficamos satisfeitos por ter nosso trabalho reconhecido. Tudo que conseguimos foi com muito esforço, mas valeu a pena. Agradecemos imensamente a todos”, enfatizou Pablito.
Além das aulas e apresentações, a dupla se envolve em projetos e divulga a dança em diversos ambientes. “Ver as crianças das escolas onde dançamos com os olhos brilhando... E ainda motivadas a dançar, não tem preço!”, relembra Nilza.
“Quem dança está sempre feliz, com a alma elevada. Por isso queremos que ela seja mais valorizada, respeitada e vivenciada por pessoas de todas as idades”, conclui.
Na vida e na dança
Natural de Ibitinga, Nilza chegou a Bauru em 1993 para cursar educação física na Unesp. Lá também fez mestrado em psicologia do desenvolvimento e, atualmente, cursa o doutorado na Unesp de Rio Claro. Como bolsista da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), teve o apoio da instituição para fazer parte do doutorado em Portugal.
“Conciliar o estudo à parte artística despertou o interesse da orientadora portuguesa”, comenta. A dança sempre fez parte da sua vida. Já Pablito, também de Ibitinga, chegou aqui em 2002. “Ele não dançava e foi fazer um curso meu para me reconquistar, pois a gente namorava e teve um desentendimento.
Ele se encantou e não parou mais”, relembra. Juntos há 26 anos, os dançarinos já participaram de diversos eventos e concursos no Brasil e na América Latina. Em 2008, eles conquistaram o 1º lugar no Festival Nacional de Tango, em Córdoba, na Argentina.
Serviço
Para acompanhar o trabalho de Nilza e Pablito e/ou apoiar os dançarinos na viagem, entre em contato pelo telefone (14) 9 9773-5655, e-mail nilzaypablito@yahoo.com.br e no perfil “Nilza Pablito” no Facebook. JCnet