O estado de São Paulo começou a articular seu Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), uma das mais inovadoras políticas públicas destinadas à redução dos efeitos das mudanças climáticas. O assunto foi tratado na última semana durante reunião na Superintendência Federal de Agricultura em SP, com a participação da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento e das demais instituições que integram o grupo gestor estadual do Plano ABC. A proposta do estado deve estar alinhada às metas do Plano ABC nacional, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
O estado de SP tem o maior número de contratos do Programa ABC, uma das linhas de financiamento do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), que dispõe de R$ 3 bilhões na safra 2015/2016. Dados da Coordenação de Manejo Sustentável dos Sistemas Produtivos, da Secretaria do Produtor Rural e Cooperativismo do Mapa, mostram que os agricultores paulistas firmaram, entre janeiro de 2013 e julho deste ano, 3.372,00 contratos, num total de cerca de R$ 1,063 bilhão para investimentos em uma área de 236.821,05 hectares.
Durante a reunião, o superintendente federal de Agricultura em SP, Francisco Jardim, lembrou da importância do Plano ABC para que o Brasil reduza as emissões de gases de efeito estufa na ordem de 37% até 2025 e de 43% até 2030. Essas metas foram anunciadas recentemente pela presidenta Dilma Rousseff, durante a Conferência das Nações Unidas para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015.
Na reunião, Elvison Ramos faz um balanço da situação nacional do Plano ABC, e o professor Ângelo Costa Gurgel, da Fundação Getulio Vargas, apresentou as atividades desenvolvidas pelo Observatório ABC (www.observatorioabc.com.br). Na avaliação de Gurgel, o Brasil tem plenas condições de alcançar as metas voluntárias assumidas com a comunidade internacional.
O encontro também contou com a participação de representantes da Federação das Indústrias do Estado do SP (Fiesp), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/ USP), Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Instrumentalização, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati/SAA), do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria do Meio Ambiente, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SP (Faesp) e do Banco do Brasil.