O hospital Amaral Carvalho, de Jaú, foi acionado pela Câmara de Barra Bonita para responder se realizou testes clínicos com a fosfoetanolamina em humanos entre 1995 e 2000. Durante audiência pública realizada no Senado Federal que discutiu os possíveis benefícios da substância em pacientes com câncer o professor Gilberto Chierice, do Instituto de Química da USP de São Carlos e principal pesquisador da droga, afirmou que o hospital testou a medicação em humanos.
O principal entrave para a liberação da fosfoetanolamina pela Anivsa, que regula o setor, é justamente a falta de estudos que comprovem sua eficácia, embora sejam inúmeros os relatos sobre os benefícios da fosfo, como é chamada.
Requerimento assinado pelos vereadores Lucas Antunes (PSC) e Edson Souza de Jesus (PRP) pergunta se o hospital realizou esses procedimentos e onde estão os relatórios produzidos neste período. Além disso, os parlamentares querem saber os nomes dos diretores e responsáveis pelas áreas de pesquisa e oncologia na época e se a instituição manteve algum vínculo com o professor em assuntos envolvendo a fosfoetanolamina.
“Buscamos a verdade através deste requerimento, pois o hospital recebe verbas públicas. Precisamos saber porque a substância não está no mercado salvando vidas”, explica Antunes. “O próprio pesquisador disse que realizou pesquisas no Amaral Carvalho, que deve uma resposta à sociedade”, completa Jesus.
Para Niles Zambelo Jr. (PMDB), o requerimento é a oportunidade do hospital esclarecer o assunto e se defender sobre as declarações do pesquisador. “A partir de agora, as pessoas poderão questionar se o hospital não poderia ter encontrado a cura do câncer e evitado várias mortes, além de não contribuírem mais em suas campanhas. É uma instituição de referência e acho importante que forneça essas informações”.
O Hospital Amaral Carvalho de Jaú foi procurado, mas a assessoria de imprensa informou que não havia ainda recebido o documento, por isso não pretendia se manifestar.
Com Conteúdo JC Net