Planta de porte baixo e cores branca, amarela ou laranja-avermelhada, o abacaxizeiro produz um fruta de sabor equilibrado entre acidez e açúcar, que contém vitaminas A, B1 e C, e auxilia no processo digestivo, sendo bastante consumida pela população in natura, industrializada em calda, em suco ou na produção de geleias.
As principais variedades cultivadas no Brasil são Hawai e Pérola e alguns cuidados especiais são necessários no plantio, manutenção e colheita. As mudas devem ser plantadas com 30 cm de espaçamento entre si e cerca de 8 cm de profundidade em local marca- do pelo trator com adubo. Faz-se necessário cobrir os frutos com um saquinho de papel feito com jornal, para proteger dos raios solares. Na colheita deve-se segurar o fruto pela coroa e torcê-lo para que se sole.
Yassuda Homare, produtor do município de Tabatinga, já plantou arroz, em seguida investiu na cultura do alho atuando nessa área por cerca de quinze anos, mas após a desvalorização do produto resolveu mudar de cultura e investir no abacaxi. Atualmente, três gerações de sua família trabalham no cultivo da fruta, ele, o filho e o neto.
“A grande dificuldade que encontrei nessa área foi a falta de um agrônomo na região, com conhecimento específico das pragas e doenças relacionadas a produção de abacaxi, temos contato na cidade de Guaraçaí que é uma região de abacaxi, um senhor de lá trouxe a muda e como temos parentes lá entramos em contato com eles e pegamos orientação sobre a cultura”, conta Yassuda Homare.
Uma das vantagens da cultura, apontada pelo produtor, e que o faz permanecer na atividade, está na possibilidade de produzir grande quantidade de pés em uma área pequena. Homare está se preparando para colher cerca de 35 mil abacaxis no final do ano. “É uma cultura que ainda hoje tem retorno. O preço é bom e como a cultura não é padronizada, o preço do produto é classificado pelo tamanho da fruta”, explica.
Um diferencial do cultivo do abacaxi está no período da safra, como o ciclo da lavoura varia entre um ano e um ano e meio, isso exige que o produtor esteja atento para a programação de plantio da safra seguinte. Em função disso, Homare espera colher 60 mil abacaxis no próximo ano.
Sua produção é comercializada com quitandas e mercados, um comprador de Taquaritinga, que produz polpa de suco, e outro de Jaú. A procura pela fruta cresce ainda mais no mês de dezembro, em função das ceias de natal e ano novo e, muitas vezes, produção não é suficiente para atender a procura dos compradores da região, segundo o produtor. “O começo foi mais difícil, precisamos comprar mudas e aos poucos fomos nos adaptando a cultura. Após a crise da laranja, vários produtores de Tabatinga erradicaram seus pomares e resolveram mudar de cultura, o que aumentou bastante a procura por mudas na sua propriedade. Atualmente, a cultura do abacaxi pode ser considerada rentável”, conclui o produtor.