O vice-governador do Estado de São Paulo, Márcio França e o secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, assinaram no dia 15 de dezembro de 2015, um plano para a demarcação e a implantação de Parques Aquícolas nos reservatórios de Bariri, Ibitinga, Nova Avanhandava, Promissão e Três Irmãos. O Plano foi elaborado pelo Grupo de Trabalho Intersecretarial, que reúne as Pastas de Agricultura, de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação e do Meio Ambiente.
O ato foi realizado durante o I Encontro das Cadeias Produtivas do Setor Agropecuário Paulista, no Palácio dos Bandeirantes, e a criação dos Parques Aquícolas representam maior agilidade no processo de licenciamento ambiental, ao permitir que os pequenos empreendimentos se estabeleçam em locais ambientalmente adequados, sem precisar arcar com os custos para obter as autorizações, uma vez que um único licenciamento é emitido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), abrangendo todas as áreas demarcadas.
Na avaliação do secretário, Arnaldo Jardim, as novas normas estabelecidas para a implantação dos parques aquícolas trarão um grande impulso ao programa de piscicultura no Estado de São Paulo, pois por meio dessa simplificação, os produtores terão mais uma opção para ampliar a sua renda e produtividade.
A implementação do plano consistiu na realização de estudos de viabilidade econômica, de caracterização dos reservatórios e identificação dos fatores que influenciam na qualidade da água e na produção dos peixes bem como o envolvimento da sociedade, por meio da consulta aos Comitês de Bacias Hidrográficas.
O presidente da Associação de Piscicultores de Ibitinga (API), Carlos Eduardo Batista, ressaltou que o município tem capacidade e potencial para desenvolver uma piscicultura seleta, com parque aquícola e a Casa da Agricultura já se prontificou a trabalhar a ideia junto à cadeia produtiva do setor agropecuário paulista.
Há cerca de cinco anos, quando Alcides dos Santos Moreira era o representante da Secretária da Agricultura, todos os documentos necessários para o licenciamento ambiental foram elaborados e organizados, como os exigidos pelo Ministério da Pesca (na época ainda com essa denominação), a AES Tietê, Cetesb e Marinha. Para desenvolver com excelência o trabalho da associação, os interessados participaram de cursos de piscicultura realizados no Sindicato Rural, por meio da parceria com o Senar-SP, e de excursões onde puderam conhecer um frigorífico e uma fábrica de ração, em Santa Fé do Sul.
“O setor escolhido tem um nível de oxigenação muito bom onde poderia se desenvolver muito bem a espécie de peixe tilápia”, afirma Batista. Já com toda a documentação pronta, percebeu-se a necessidade de usufruir da infraestruturas já existentes como via de acesso a represa Pontal do Jacaré Pepira, na localidade da balsa, que possui um ancorador muito bem desenvolvido, porém, os documentos apresentados à AES Tietê não foram aprovados em decorrência de não contemplarem o código florestal vigente. “Temos lutado, junto ao poder público local, acompanhando e verificando como pode ser legalizada a área, onde poderiam ser alocadas 16 famílias, já trabalhando com um programa de piscicultura, pois temos recursos pedidos ao Ministério da Pesca para nossos projetos onde, até 2015, os juros eram de 2% ao ano”, explica o presidente da associação. “Os produtores da associação dos piscicultores de Ibitinga, aguardam com ansiedade o cumprimento da promessa do atual prefeito de legalização dessa área o mais rápido possível, para possamos começar os nossos trabalhos”, ressaltou.
Ainda segundo o presidente da associação dos piscicultores, a expectativa com esse projeto é que Ibitinga possa ser inserida em mais um trabalho interessante na agropecuária, podendo aumentar a capacidade de produção e também criar mais um ponto turístico, num parque aquícola, em conjunto com a Secretária do Turismo.
Enquanto o parque aquícola não sai do papel, Carlos trabalha com seis gaiolas onde, junto com o irmão, cria peixes consumidos em sua lanchonete e vendidos na cidade. “Temos esses tanques experimentais, enquanto não sai a documentação necessária para colocarmos os tanques onde estamos pleiteando, e estamos colocando em prática o que aprendemos nos cursos. Já pelo segundo ano criamos nesses tanques, que tem capacidade para 1.000 peixes, a associação de piscicultores participa observando o manejo”, relata.
As tilápias criadas nesses tanques são alimentadas com rações que flutuam, permitindo acompanhar o desenvolvimento dos peixes. “Hoje os peixes estão na fase de alevinos e se alimentam de três a quatro vezes por dia com três tipos de rações diferentes. A matéria prima da ração vai sendo alterada em função das necessidades de desenvolvimento do peixe. Enquanto ele é alevino usa-se mais proteína, depois há uma ração intermediária e a terminal até a despesca”, ensina o piscicultor.
Segundo Alcides dos Santos Moreira, a área técnica da “Secretária da Agricultura e Escritório de Desenvolvimento Regional de Jaboticabal (EDR) e Casa da Agricultura de Ibitinga (CATI)” compartilha da expectativa dos piscicultores da associação. “A adequação da infraestrutura do Pontal do Jacaré pode, definitivamente, fazer jus aos esforços para a criação do Parque Aquícola e dar sentido à vocação natural do município”, afirmou.
Para o presidente do Sindicato Rural de Ibitinga e Tabatinga, Frauzo Sanches, o trabalho realizado em conjunto com a Casa da Agricultura é de extrema importância para o município. “Prestamos todo auxílio para ajudar e vamos continuar, pois acreditamos muito neste projeto, que vai muito além da inserção de muitas pessoas em uma atividade importante e naturalmente beneficiada pela riqueza de água que temos, vai além porque se trata da geração de um excelente alimento para escolas e para a população”, finaliza Sanches.
NA FOTO PRESIDENTE da Associação de Piscicultores de Ibitinga (API), Carlos Eduardo Batista, ressaltou que o município tem potencial para desenvolver uma piscicultura seleta