Três moradoras de Iacanga foram diagnosticadas com zika vírus, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegipty, o mesmo vetor da dengue e da febre chikungunya. Pelo menos dois casos são considerados autóctones (contraídos no próprio município). As pacientes foram medicadas e se recuperam em casa. Além de Iacanga, Bauru e Botucatu confirmaram registros da doença (leia abaixo).
Vivian Previero Goulart, coordenadora de Saúde de Iacanga, revela que as três mulheres diagnosticadas com zika são adultas e moram no Jardim Paraíso. O primeiro caso suspeito surgiu na semana passada e os outros dois nesta semana. A confirmação da doença ocorreu, segundo Goulart, com base na análise do quadro clínico das pacientes.
“Nós temos um médico no município que participou de treinamento no DRS-6 (Departamento Regional de Saúde de Bauru) para diagnóstico de zika, dengue e chikungunya. Quando chega uma suspeita, a gente passa em consulta com esse médico e ele fecha (o diagnóstico) pelo quadro clínico”, explica.
A coordenadora conta que a primeira paciente foi atendida inicialmente no Pronto-Socorro (PS) local. “Aí ela veio até a unidade básica de saúde para colher exame de sangue”, declara, um procedimento adotado para descartar a dengue. Na sequência, a suspeita de zika foi notificada ao Ministério da Saúde.
Nesse caso, Goulart acredita que a contaminação tenha ocorrido no município, já que a mulher não viajou. A segunda paciente é comerciante e passou por várias cidades. Inicialmente, ela foi atendida por médico particular de Bauru, que atestou a doença. A terceira pessoa diagnosticada com zika é a mãe dela.
De acordo com a coordenadora, as três mulheres apresentaram sintomas como febre baixa, dores no corpo e nos olhos, vermelhidão nos olhos e manchas pelo corpo semelhantes a uma alergia. Todas elas foram medicadas e se recuperam em casa.
A coordenadora de Saúde de Iacanga conta que, no próximo final de semana, pela manhã, o município fará mutirão de limpeza nos Jardins Paraíso – onde foram registrados os três casos de zika –, e Boa Vista para recolher materiais que possam servir de criadouros para o Aedes aegipty. “A gente já faz trabalho mensal de visita domiciliar pelas agentes comunitárias em todos os bairros. Mas, nesse fim de semana, em especial, a gente vai estar sábado e domingo fazendo um mutirão com todos os secretários da prefeitura e funcionários”.
Casos na região
Além das três mulheres em Iacanga, uma mulher de 32 anos, moradora do bairro Pousada da Esperança, em Bauru, foi diagnosticada no final de janeiro com o zika vírus quando estava no quinto mês de gestação. Ela foi a primeira grávida a contrair a doença no Estado de São Paulo. No mesmo dia, Botucatu divulgou seu primeiro caso da doença. A vítima é uma mulher de 56 anos, moradora do Jardim Paraíso, que foi infectada na cidade de Cáceres, no Mato Grosso, para onde viajou no fim do ano passado.