Produtores de Ibitinga, Tabatinga, Itápolis, Nova Europa e Matão, prejudicados por fortes venda-vais que atingiram sua produção no ano passado, receberam auxílio do governo do Estado de São Paulo — que liberou uma linha de crédito emergencial de R$ 2 milhões, através do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista – Feap —, para amenizar prejuízos e colaborar na recuperação das lavouras.
O recurso do Banco do Agronegócio Familiar (FEAP/Banagro), programa do Governo do Estado de São Paulo executado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), ficou disponível até 31 de maio. Segundo a SAA, o limite máximo de R$ 50 mil por CPF beneficiou mais de 40 famílias e como o valor alocado inicialmente se esgotou, a Secretaria liberou mais R$ 1 milhão, nas mesmas condições.
“Faz 20 dias que o dinheiro saiu. Conseguimos R$ 50 mil o que vai ajudar muito. Esse dinheiro vai servir para comprar veneno, adubo e para reformar algumas estufas. Depois de agosto, provavelmente, faremos uma nova estufa”, comentou João Minzoni (foto), produtor de Ibitinga beneficiado pela linha de crédito. Em Tabatinga, a produtora Natália Greicy Angelotti Betito também conseguiu o recurso. “Tínhamos uma programação, que foi drasticamente interrompida em 09 de outubro de 2015, por causa da tempestade. Perdemos toda nossa produção e nossa renda zerou, nossas reservas eram poucas e não permitiam um recomeço. Nossa solução estava na liberação de um recurso para podermos nos reerguer. Com esse objetivo nos unimos com outros produtores atingidos e com o apoio da APROTA-BA, da CATI, do Poder Executivo e do Sindicato Rural fomos contemplados com a liberação do Custeio Emergencial. Com esse recurso pagamos nossas dívidas e investimos na produção, garantindo uma renda para o futuro”, afirmou a produtora.
Para o presidente da Associação dos Produtores Rurais de Tabatinga (APROTABA), João Robson Ribeiro, a liberação da linha de custeio emergencial foi resultado de um trabalho realizado a muitas mãos, que envolveu produtores rurais, autoridades e entidades. Segundo Carlos Vagner Aravéchia, gerente da associação, a liberação do recurso foi um momento marcante para todos e é bastante significativa para os produtores. “Todos os envolvidos não mediram esforços para alcançar o objetivo, mesmo quando muitos diziam que não ia dar certo. A união do grupo foi decisiva. De tudo isso fica a lição que sozinhos somos esquecidos e juntos somos reconhecidos”, avalia o gerente, lembrando que alguns produtores estão enfrentando dificuldades burocráticas para a liberação do recurso, mas que a expectativa é todos serem beneficiados o quanto antes.
O Secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, lembrou que esta não é a primeira linha emergencial aberta pela Secretaria. Em dezembro de 2015, o governador Geraldo Alckmin autorizou crédito para bananicultores do Vale do Ribeira atingidos por vendaval e granizo. “O Governo do Estado de São Paulo está sempre conectado com as necessidades do produtor rural. O FEAP tem sido uma ótima maneira de ajudarmos nossos agricultores”, destacou o secretário.
Atuação do Sindicato Rural
Desde as primeiras chuvas, o Sindicato Rural de Ibitinga e extensão de base em Tabatinga vem se empenhando, em parceria com a prefeitura municipal de Tabatinga, a CATI, o Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de Araraquara e as associações de produtores, para conseguir a linha de crédito emergencial para aqueles que tiveram praticamente 100% da sua produção afetada, com danos materiais resultantes dessas tempestades. O forte vendaval foi mais concentrado em Tabatinga, mas também atingiu algumas propriedades na divisa com outros municípios.
Buscando atender às necessidades de seus associados e como entidade representativa dos interesses de toda a classe produtiva rural, o Sindicato Rural atuou com agilidade para auxiliar os produtores nesse momento difícil. No dia seguinte à tempestade, o técnico agrícola, Valdecir Vasconcelos, visitou as propriedades e realizou vistorias para, em seguida, acionar a Secretária da Agricultura. “Vários laudos foram apresentados em defesa dos produtores, a CATI fez mais de 50 laudos técnicos, vistorias, fotos e filmes. Tudo comprovando a devastação das tempestades”, conta Vasconcelos. Segundo ele, o dinheiro ajudará os produtores a se reerguerem. “Muitos não tiveram condições de consertar suas estufas e plantar. Os produtores necessitam dessa linha emergencial”, afirmou o técnico agrícola.