Por conta da crise econômica e da instabilidade financeira que o Brasil vive, o número de financiamentos imobiliários teve uma queda drástica neste ano.
A linha de crédito do Governo Federal mais afetada foi a Sepe (Sistema Brasileiro de Poupança Empréstimo), em que o comprador pode ter outros imóveis e consegue parcelar em até 35 anos.
A queda no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2015, foi de 49,5%, ou seja, caiu quase pela metade, sendo a pior retração dos últimos sete anos.
“O mercado está extremamente parado, essa é a realidade. Nos últimos meses, ninguém buscava financiamento, retraiu demais o mercado”, avalia Alexandre Luiz Borsari, delegado do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) de Araraquara, em entrevista à EPTV Central.
O empresário Thiago Paz adiou o sonho da casa própria por conta da crise e optou por morar no mesmo imóvel do seu salão de beleza para economizar. “O financiamento do banco não estava favorecendo, então decidi deixar de pagar dois aluguéis e hoje moramos no estabelecimento. Se o mercado melhorar e baixar pelo menos os juros, a gente consegue reconsiderar o financiamento de uma casa”, explica.
Segundo Alexandre Luiz Borsari, o mercado pode melhorar nos próximos meses sim. “Antigamente a gente conseguia financiar 50% do valor do imóvel, hoje estamos conseguir financiar até 80%. O Governo liberou uma linha pró-cotista para imóveis de R$ 500 a 700 mil e isso está ajudando muito no aumento da procura por imóveis”, finaliza.
Mesmo com a previsão de melhora, a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) acredita que o setor deve fechar este ano em queda de 34%.
Planejamento é importante
Segundo o economista Elton Casagrande, o primeiro passo para realizar o sonho da casa própria é considerar a capacidade de poupar por um período, de acordo com seu nível de renda, para reduzir o montante a ser financiado. “Depois, a pessoa deve comparar exaustivamente as possibilidades de financiamento oferecidas pelos bancos. Uma vez identificado a melhor opção e o melhor banco, o interessado(a) deve migrar sua conta para esse banco caso encontre vantagens”, explica.
Também é importante observar as cláusulas do contrato. “Há associações específicas que se especializaram em defender os direitos dos devedores que decidem devolver os imóveis. É importante que exista um planejamento e uma tomada de consciência do que cabe e do que não caberá no orçamento no médio prazo”, finaliza.
Tribuna Impressa