Ibitinga, Domingo, 24 de Novembro de 2024
Aumento no preço da laranja não garante retomada da Citricultura Paulista
Fundecitrus faz reestimativa da safra 2016/2017 com projeção 1,3% maior

  Segundo reestimativa feita pelo Fundo de Defesa da Citricultura – Fundecitrus, com a cooperação da Markestrat, FEA-RP/USP e FCAV/ Unesp, a safra de laranja 2016/ 17 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo /Sudoeste Mineiro será de 249,04 milhões de caixas, de 40,8 kg cada, o que representa um aumento de 1,3% em relação à primeira estimativa de maio/2016, que era de 245,74 milhões de caixas.

    A explicação para o aumento está na grande incidência de chuvas registrada nos meses de maio a agosto. Com pluviometria acumulada nestes quatro meses de 279 milímetros, em média, nas regiões produtoras, — 102% maior do que previsto —, acima da média histórica registrada em safras anteriores, além de baixo número de frutos na árvore, houve crescimento no tamanho da laranja e, consequentemente, menor demanda de frutos para atingir o peso equivalente a uma caixa de 40,8 kg, o que gerou um pequeno aumento da produção estimada.

   O efeito é maior nas variedades precoces em função da precipitação ter coincidido com o período de colheita dessas variedades, que está quase no fim. Nas variedades Hamlin, Westin e Rubi, o tamanho dos frutos foi revisado para 255 frutos/caixa, quando na estimativa de maio/2016 projetavam-se 275 frutos/caixa. As outras laranjas precoces foram reestimadas em 237 frutos/caixa (oito frutos a menos do que na estimativa inicial). Na variedade Pera Rio, que é de meia estação, também foi observado um aumento de peso, que tem condições de se sustentar nos próximos meses, pois os solos estão úmidos e se aproximam as chuvas da primavera. Estima-se que apenas 37% da produção dessa variedade tenha sido colhida, por isso, o tamanho reestimado em 245 frutos/caixa poderá ser novamente revisado até o fechamento da safra.

   Ainda de acordo com o relatório do Fundecitrus, a taxa de queda de frutos foi reestimada em 14,86%, ligeiramente abaixo do previsto inicialmente em 15%. A queda das variedades Hamlin, Westin e Rubi foi revisada em, 9,4%, inferior aos 10% projetados na estimativa de maio. Para as outras precoces, a revisão foi para 10,3% contra 11% previsto. As taxas de queda da Pera Rio e das demais variedades não foram revisadas. Esses valores menores do que o previsto no início da safra ocorrem, principalmente, em função da maior agilidade na colheita da safra atual.

Reflexos da crise

   Mesmo reestimada com aumento, a produção para a safra de laranja 2016/17 ainda é 18% menor do que a da safra 2015/16, na qual foram colhidas 300,65 milhões de caixas de laranja.

   Com a colheita menor, a aposta de boa parte dos produtores é que a escassez eleve os preços da laranja, levando a uma retomada bastante esperada pelos citricultores, que no últimos anos amargaram sérias dificuldades com a maior crise já enfrentada na história da cultura. Apesar dos estoques nas indústrias, muitas empresas têm aumentado o preço e a expectativa é que os valores avancem ainda mais até o fim desta safra.

   Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CE-PEA), houve uma retomada nos preços em 2016, nas lavouras de laranja do estado de São Paulo, com a fruta sendo negociada pelo dobro do valor verificado no mesmo período do ano passado. Citricultor há 41 anos, o proprietário do Sítio São Bento, João Carlos Santesso, não tem tido bons resultados, desde 2012, por isso resolveu diversificar . “O preço da safra neste período não foi suficiente para continuar na produção de laranja. Até 2011 o retorno com a produção de laranja era muito grande, era possível investir na troca de equipamentos, adquirir novos veículos, entre outras ferra-mentas. A partir de 2012, no entanto, as indústrias deixaram de comprar a precoce, o que aumentou a crise. Este ano houve uma melhora, porém os preços continuam baixos e como não estou satisfeito com isso, resolvi substituir a laranja pela cultura de milho, o que talvez, no momento, seja mais interessante”, explicou Santesso.

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