As mulheres venceram barreiras e conquistaram espaço na sociedade em diferentes setores da economia. No agronegócio, o cenário não é diferente e o número crescente de associadas do Sindicato Rural de Ibitinga e extensão de base em Tabatinga comprova. São 160 associadas, engajadas e fortalecendo a presença da mulher no campo.
Atuantes na agricultura e na pecuária, a maioria das representantes femininas nesta área possui Ensino Superior completo e participa de entidades do setor. Edna de Fátima Pires Camargo, por exemplo, proprietária do Sítio Nossa Senhora de Fátima, sempre foi independente. “Arrendo terra para produção de cana-de-açúcar há muitos anos, além disso, trabalho com doces artesanais de mamão, batata, abacaxi e também molho de pimenta, entre outras variedades. Tenho conquistado meu espaço no mercado e sou muito grata”, declara.
Francisca Maria Camargo Semini, proprietária do Sítio Santa Luzia, participa ativamente dos cursos oferecidos pelo Sindicato Rural em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-SP) e considera o agronegócio de grande relevância para o país.
“Trabalho em parceria com minha irmã Edna Camargo e o Edson Pires de Camargo com a produção de doces caseiros, além disso, sou apaixonada por artesanato e sempre participo dos cursos oferecidos pela entidade em busca de conhecimento e aperfeiçoa-mento. A mulher também tem potencial e sou feliz por fazer parte desse público independente”, afirma.
Suzete Maria Seino Kalil Issa, proprietária do Sítio São Benedito, avalia o papel da mulher no mercado de trabalho não só no meio rural. “Apesar de ainda existir preconceito quando se fala em mulheres administradoras, adquirimos autonomia. Quando iniciei no setor rural tive que pesquisar e aprender mais sobre as diversas culturas, para aperfeiçoar o meu trabalho. Uma grande vantagem de ser mulher está, justamente, em não ver como obrigatório ter todas as respostas e, quando preciso, chamar um técnico ou buscar conhecimento por meio de cursos e treinamentos. Mulher também tem potencial para se aprimorar, realizar e conquistar”, ressalta.
A Associação Brasileira do Agro negócio (Abag) identificou 1,3 mil mulheres responsáveis pela gestão ou produção agropecuária no país. Em pesquisa realizada com 310 mulheres, que aceitaram participar do estudo, a associação apurou que 88% são independentes financeiramente e 14% contribuem mais nas despesas da família. A pesquisa revelou, ainda, que 71% das entrevistadas já tiveram alguma experiência em que o fato de ser mulher foi uma barreira para ser ouvida ou ascender profissionalmente.
Para o presidente do Sindicato Rural, Luiz Flávio Pinheiro, o crescimento no número de associadas reflete o importante papel da mulher na sociedade e a sua contribuição para o desenvolvimento de atividades produtivas em todas as áreas do conhecimento. “A expectativa da entidade é que esse número continue aumentando no próximo ano”, finaliza Luiz Flávio.
O CRESCIMENTO DO PAPEL DA MULHER NA ATIVIDADE RURAL se reflete no número de associadas do Sindicato Rural. Na foto, as produtoras Francisca e Edna