Ibitinga, Sábado, 23 de Novembro de 2024
Vacinação contra a raiva garante segurança a pecuaristas
Doença pode representar risco para a Saúde Pública e provocar prejuízos para o produtor e proprietário rural

  A raiva é um vírus que pode espalhar-se em mamíferos até mesmo no homem, além de ser um sério risco para a Saúde Pública, também pode provocar prejuízos a pecuária. Devido a esses fatores é sempre importante realizar a vacina em animais bovinos, equídeos, ovinos e caprinos acima de três meses de idade.

  O Sindicato Rural alerta que a vacina contra raiva pode ser realizada em qualquer período do ano, pois além de trazer segurança para o rebanho, também garante tranquilidade para o produtor rural, por ser eficaz e reduzir os danos causados pela transmissão da doença. “Cada produtor rural é responsável por certificar-se o seu re-banho já foi vacinado. Lembrando que esse procedimento não é obriga-tório, porém pode evitar sérios problemas”, afirmou o veterinário do Sindicato Rural, Mauro Figueiredo.

  De acordo com o veterinário, a raiva pode ser transmitida em animais herbívoros (que se alimentam de fonte vegetal ou animal), através do morcego hematófago (morcegos que se alimentam de sangue) da espécie Desmodusrotundus. Mauro explicou que uma forma de identificar uma colônia de morcegos hematófagos é observando as fezes desses animais no chão, que tem aspecto de sangue digerido e cheiro forte.

  Os principais problemas causados pela doença são: mudança de comportamento, dificuldade de se alimentar, salivação excessiva, falta de coordenação motora, andar cambaleante, paralisia progressiva, decúbito (deitado), asfixia e morte, que ocorre geralmente entre três a seis dias após o início dos sinais. “Uma vez iniciados os sinais clínicos da raiva, nada mais resta a fazer, a não ser isolar o animal e notificar a Defesa Agropecuária para coleta de material para diagnóstico”, afirmou Figueiredo.

Histórico na região

  Em 18 de agosto de 2014, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) confirmou o primeiro caso de raiva bovina em Ibitinga, após a morte de um animal no bairro Correguinho. Em decorrência disso, a CDA, em parceria com o Sindicato Rural, realizou um trabalho de fiscalização nas propriedades da região e detectou em alguns bairros e na antiga pousada da CESP. Alguns morcegos fo-ram capturados e o controle realizado. Até outubro de 2014, quatro animais resultaram positivos nos bairros Correguinho, Coqueiros e Marimbondo.

   Em fevereiro de 2015, a Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, Regional de Jaboticabal, confirmou a ocorrência em Ibitinga do primeiro caso de raiva em equinos dos últimos 10 anos, no bairro Monte Alegre. O equino, uma fêmea de aproximadamente um ano e quatro meses, mostrou-se inicialmente isolado, quieto, sem apetite e logo apresentou leve falta de coordenação motora. No prazo de seis dias a falta de coordenação agravou-se e o animal foi levado para o hospital veterinário da Unesp de Jaboticabal, onde foi colhido material, enviado para diagnóstico no Instituto Pasteur e confirmado resultando positivo para raiva.

   Para 2017 não há casos relatados em Ibitinga, porém segundo as informações divulgados pelo Estadão, em Sorocaba interior de São Paulo foram confirmados três casos de raiva em bovinos alertando o sistema de saúde dos municípios de Itararé e Riversul. Entre março e junho, morreram cinco bovinos e um suíno com sintomas de raiva em propriedades rurais dos bairros Barreirinho, Serrinha e das Furnas, em Itararé. Segundo a Vigilância Epidemiológica do município, os exames de laboratório confirmaram a doença em três animais.

 O presidente do Sindicato Rural, Luiz Flávio Pinheiro, explicou que o produtor e proprietário rural deve estar sempre atento e entrar em contato imediatamente com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária, ao se deparar com uma colônia, pois eles têm equipe treinada para manusear o animal.

Como prevenir o rebanho:

  Afim de minimizar os riscos da doença algumas medidas devem ser observadas como: procurar abrigos de morcegos hematófagos na propriedade, uma vez que eles costumam se abrigar em porões, casas abandonadas, bueiros, poços desativados etc. Também é importante vacinar todos os animais contra a raiva anualmente ou sempre que houver sinais de mordeduras. Lembrando que o animal vacinado pela primeira vez deve receber outra dose após 30 dias.

  Outro fator importante é que se o animal for agredido por morcego o ideal é aplicar pasta vampiricida ao redor da mordedura e comunicar a Defesa Agropecuária imediatamente. Em casos de morte de algum animal com suspeita de raiva, o serviço de Defesa Agropecuária deve ser informado o mais rápido possível.

Telefones úteis:

  Escritório de Defesa Agropecuária de Jaboticabal (16) 3203-3900 e 3202-3574; Sindicato Rural: (16) 3342-2435; Vigilância Epidemiológica: (16) 3352-7080 e Controle de Zoonoses: (16) 3342-2281.

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