Todos os anos, a Padaria Moderna realiza a campanha 'Faça do Pão a sua Doação', que consiste em doar toda a renda da venda de pão francês, no dia de aniversário da padaria, para o GACCI (Grupo de Apoio aos Carentes Portadores de Câncer de Ibitinga).
Esse ano não foi diferente, membros da entidade estiveram na padaria, e a população contribuiu com a ação social.
Comemoração
Um bolo foi servido aos funcionários e clientes para celebrar a data de aniversário. Junto com a história da padaria, foi evidenciada a história de um dos funcionários mais antigos.
“Como? Eu? Eu comecei lavando lata, louça para os confeiteiros e para a padaria. Naquela época eu tinha 12 anos”, explicou Ricardo Novelli, que atualmente é o chefe de cozinha da Padaria Moderna. “Na verdade eu entrei trabalhando na casa. Eles moravam aqui do lado. Eu ajudava na horta, brincava um pouco com o Claudinho, ajudava a Prima a lavar pano de prato, mas logo seu Argemiro falou para eu ir ajudar na confeita-ria, para começar a aprender a fazer alguma coisa”, lembra Ricardo.
O chef conta que depois de uns 6, 7 meses na confeitaria, o confeiteiro saiu e ele pode mostrar seu trabalho. Trabalhou lá por 9 anos e só depois passou a se dedicar para as receitas dos pratos salgados.
A Padaria
A Padaria Moderna foi inaugurada na década de 1930, pela família Colauti, que posteriormente foi administrada pela família Andreoni. No dia 1º de agosto de 1958, Dona Nair e Seu Argemiro Meneguês compraram a padaria, e a família Meneguês administra até os dias atuais.
Antes de trabalhar em Ibitinga, Argemiro Meneguês trabalhou em uma padaria em Marília. A sua esposa e a família dela, montaram um Pastifício, onde fabricavam macarrão. Argemiro preferiu trabalhar com pães. “Meu pai comprou uma padaria junto com o meu tio, lá em Marília. Vendeu lá e veio pra cá, quando eu tinha nove meses”, explicou Claisson Meneguês.
Em 1958, quando foi inaugurada, a padaria funcionava onde hoje funciona uma imobiliária. “Eu lembro que quando tinha 9 anos já ajudava a atender os clientes, levantava às 4 horas da manhã e depois da aula, voltava para ajudar no caixa”, lembrou Claudeliza Meneguês.
Em 1975, a padaria mudou-se para a esquina, onde funciona até os dias atuais. A cliente Brasilina Constantino Sampaio, de 75 anos, lembra dessa inauguração. O seu esposo Armando, trabalhou na padaria como padeiro, por mais de 20 anos. Brasilina lembra quando o local era o ponto de encontro de trabalhadores que seguiam em caminhões para as lavouras de Ibitinga. Atualmente o local continua sendo um ponto de encontro para a população da cidade, e também dos turistas, que dão aquela 'paradinha' antes, ou depois das compras na Capital Nacional dos Bordados.
Santina Meneguês, mais conhecida como 'Prima', lembra com carinho do passado da padaria. Ela, que hoje tem 93 anos, mora em Catanduva junto aos seus familiares, veio para Ibitinga especialmente para a celebração do aniversário da padaria. Nascida em Elisiário, município pró-ximo de Catanduva, Santina é prima de Argemiro Meneguês, e por isso ficou conhecida. “O meu pai e o pai deles eram irmãos”, lembra. Prima trabalhou na cozinha da Padaria Moderna, e lembra das encomendas dos clientes em datas especiais, como Páscoa, por exemplo.
A mesma receita há 60 anos
“A tradicional receita do lagarto temperado é antiga, desde que entrei já faziam essa delicia”, explicou Ricardo. “Antigamente fazíamos lá na casa dos Meneguês. Fazíamos maionese, lasanha, nhoque.”, explicou Ricardo. “Isso aí veio da Dona Nair. Naquele tempo não tinha tanta coisa industrializada, até uma geléia tinha que fazer”, explica Ricardo.
As bolachinhas açucaradas, o pão torcido, entre outras diversas iguarias da padaria, seguem a mesma receita desde a inauguração.
Até hoje, existe 'dias especiais' na padaria, como a sexta-feira, que é o dia dos festivais, os domingos, que é dia do frango assado, e muitas inovações, novidades e promoções que fazem a felicidade dos clientes.