A Justiça de Bariri decidiu pronunciar os três homens denunciados pelo Ministério Público (MP) pela morte do advogado Luís Henrique Marques, 51 anos, em fevereiro deste ano. Eles atuavam como seguranças e se envolveram numa briga com a vítima, que caiu, sofreu traumatismo cranioencefálico e morreu após nove dias na UTI. Com a pronúncia, os réus serão julgados pelo Tribunal do Júri por homicídio triplamente qualificado (cometido por motivo fútil, meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima). Cabe recurso da decisão.
A defesa dos seguranças pleiteava absolvição sumária deles por legítima defesa. Em recente entrevista ao JC, a advogada dos réus, Daniela Aparecida Rodrigueiro, disse que, no inquérito relatado pela Polícia Civil, eles foram indiciados por lesão corporal seguida de morte pelo fato de o delegado não ter detectado, nas investigações, que eles tiveram a intenção de matar. Porém, a Justiça entendeu que a pronúncia deveria ocorrer em razão "de indícios suficientes de autoria" nos depoimentos transcritos.
Segundo a denúncia oferecida pelo MP em julho, e recebida pela Justiça, o advogado se desentendeu com a ex-companheira durante festa em um clube de Bariri, no dia 23 de fevereiro, e acabou sendo imobilizado de forma bruta pelos três denunciados. Em seguida, Marques foi levado para fora do local, onde foi agredido com "dezenas" de socos e chutes, "quase todos na região da cabeça". De acordo com o MP, ele não reagiu em virtude de seu estado de embriaguez. Vídeo divulgado na época mostrou as agressões. As imagens, gravadas por câmera de segurança posicionada em direção ao portão dos fundos do clube e cedidas ao JC pela Bariri Rádio Clube, mostram o advogado saindo do local junto com cinco seguranças. Na sequência, um dos homens o agride pelas costas. A vítima revida e começa a receber socos e chutes de três seguranças, enquanto os outros dois observam a ação. Ainda conforme o vídeo, depois de cerca de 15 segundos de agressão, Marques cai de costas, bate a cabeça no asfalto e fica desacordado. Após nove dias de internação na UTI, ele acabou não resistindo.
Fonte: JcNet