Ibitinga, Domingo, 24 de Novembro de 2024
COVID-19: Médica é suspeita de negociar atestados e receitas falsos
Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso após denúncia do MP. Áudio divulgado mostra suposta negociação
COVID-19: Médica é suspeita de negociar atestados e receitas falsos

  A Santa Casa de Caridade e Maternidade de Ibitinga decidiu afastar uma médica, que está sendo investigada pela Polícia Civil, após denúncia do Ministério Público sobre suspeita de que ela estaria fazendo negociações para vender atestados e receitas a pacientes sem comorbidades para que conseguissem tomar a vacina contra a Covid-19.

   A diretoria do hospital informou que essa foi uma "decisão conjunta e aliada ao Ministério Público do município, do qual está alicerçada a diversos motivos e acontecimentos, afigurando-se necessário o referido afastamento no intuito de atender da melhor forma aos interesses da instituição dentro daquilo que preconiza o regimento interno e estatuto social." 

   A médica trabalhava em uma unidade de saúde do município, mas que é gerenciada pela Santa Casa por meio de contrato com o Serviço Autônomo Municipal de Saúde de Ibitinga. 

Denúncia

   Segundo a promotoria de Justiça do MP, os atestados e receituários seriam supostamente vendidos pela médica, pelo valor de R$ 30. Um áudio que circulou nas redes sociais, é atribuído à médica, onde ela passa orientações a pacientes e ainda passou o valor de casa consulta. O material faz parte da denúncia. 

Entenda o caso

   A Polícia Civil de Ibitinga abriu um inquérito a pedido do Ministério Público para investigar a denúncia de que uma médica estaria vendendo atestados médicos e receitas de medicamentos para que pessoas que não fazem parte dos grupos prioritários possam receber a dose da vacina contra Covid-19. 

   Segundo a promotoria de Justiça do MP, os atestados e receituários seriam vendidos pelo valor de R$ 30 e um áudio atribuído à médica.

  Na primeira semana de junho, a conversa, divulgada nas redes por áudio, a médica trata com um paciente os detalhes para elaboração de um receituário. Ela pergunta se a pessoa não possui nenhuma comorbidade mesmo (se não tem diabetes, hipertensão, problemas nos rins) e diz que é possível fazer uma receita médica falsa para a pessoa apresentar no momento da vacinação, como mostram os trechos: 

  Nenhum dos dois tem nenhuma comorbidade? Pressão alta, diabetes, problemas renais, problemas cardíacos? São muitos gordos? Sei lá. Qualquer coisa que é que eu tenho um questionário e não vou falar tudo.

A médica ainda complementa com um alerta de que a receita é só para tomar a vacina e não usar os medicamentos, porque a pessoa é saudável e corre risco de morrer. 

- Não tem nada e tem mais de 30 anos, terça e quarta vão vacinar. Aí eu faço a receita. Mas a receita é só para tomar a vacina, pelo amor de Deus. Vocês não vão me tomar o remédio porque vocês são pessoas normais, de pressão normal, não tem diabete e não tem nada. Aí acabar morrendo, está bem entendido? É isso? Duas receitas? É R$ 30 cada receita. 

    O Conselho Regional de Medicina do estado de São Paulo (Cremesp) também foi consultado e, em nota, informou que "até o momento não foi acionado sobre o assunto e aguarda denúncia formal das autoridades".

Com informações da TV TEM / G1

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