Pressionado pelo aumento da energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial do país – ficou em 0,83% em maio, 0,52 ponto percentual acima da taxa de 0,31% registrada em abril, conforme divulgou nesta quarta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Foi o maior resultado para um mês de maio desde 1996 (1,22%). O acumulado no ano foi de 3,22%, e o dos últimos 12 meses, de 8,06%, acima dos 6,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores", informou o IBGE.
A disparada deixa a inflação acumulada em 12 meses muito acima do teto da meta do governo para o ano – o centro da meta é de 3,75% em 2021, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.
Energia elétrica foi o que mais pesou
Segundo o IBGE, o maior impacto individual do mês veio da alta da energia elétrica (5,37%), que sozinha respondeu por 0,23 ponto percentual do IPCA.
Em maio, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Além disso, no final de abril, ocorreram reajustes em diversas regiões do país.
Outros itens que pesaram no bolso dos consumidores em maio foram tv, som e informática (2,16%), gás de botijão (1,24%), gás encanado (4,58%), gasolina (2,87%), etanol (12,92%) e óleo diesel (4,61%). No ano, a gasolina acumula alta de 24,70% e, em 12 meses, de 45,80%.
Carnes têm alta de 38% em 12 meses
A inflação de alimentação e bebidas (0,44%) ficou próxima a do mês anterior (0,40%). A alimentação no domicílio passou de 0,47% em abril para 0,23% em maio, por conta do recuo nos preços de itens como frutas (-8,39%), da cebola (-7,22%) e do arroz (-1,14%). Por outro lado, as carnes (2,24%) seguem em alta, acumulando 38% de variação nos últimos 12 meses.
J á a alimentação fora do domicílio (0,98%) seguiu movimento inverso, acelerando em relação a abril (0,23%), com destaque para as altas do lanche (2,10%) e da refeição (0,63%).
Inflação
A meta central do governo para a inflação em 2021 é de 3,75%, e o intervalo de tolerância varia de 2,25% a 5,25%.
Os economistas das instituições financeiras elevaram para 5,44% a estimativa de inflação em 2021, segundo pesquisa Focus divulgada na segunda-feira pelo Banco Central. Essa foi a nona semana seguida de alta na expectativa. Parte dos analista, porém, já espera uma taxa ao redor de 6%.