Ibitinga, Segunda, 25 de Novembro de 2024
Bancários retornam ao trabalho após 21 dias de greve
Categoria conquista reajuste salarial de 9% e de 4,3% para o piso, garantindo seu oitavo ano consecutivo de aumento real

  Uma das categorias trabalhistas mais fortes do país, os bancários decidiram ontem voltar, oficialmente, ao trabalho após 21 dias de paralisação, embolsando um reajuste salarial nada desprezível de 1,5% acima da inflação (9% de aumento).

  O fim da greve --a maior desde 2004-- foi selado ontem em assembleias de trabalhadores do setor privado em todo o país, mas, na prática, havia sido decidido na sexta em acordo de negociadores "profissionais" de ambos os lados. Assembleias de São Paulo, Rio, Brasília e Curitiba acataram a proposta.

2011 é o oitavo ano consecutivo de aumento acima da inflação para a categoria.

  O reajuste dos bancários baliza o de todo o setor de serviços, segmento que mais pressiona a inflação.

  Além do ganho real, os bancários também conseguiram elevar o piso da categoria de R$ 1.250 para R$ 1.400 (alta 16,6%) e benefícios como auxílio-creche, vale e cesta alimentação (veja ao lado).

  Mas a maior vitória dos bancários diz respeito à participação nos lucros das instituições financeiras, que aumentaram 20% no primeiro semestre de 2011, em relação ao mesmo período de 2010, segundo os bancários.

  A categoria tem um acordo com os bancos de embolsar uma participação de 5% do lucro líquido, limitado a um certo número de salários --neste ano, ficou em 2,2 salários ou até R$ 17.220,04.

  Adicionalmente, ainda levam mais 2% do lucro -materializado por um teto de R$ 2.800 (era R$ 2.400 em 2010). Quem ganha o piso de R$ 1.400 deve levar R$ 5.880 de participação nos lucros, segundo o sindicato.

  "As conquistas dos bancários terão reflexo em toda a sociedade", disse Juvandia Moreira, presidente do sindicato de São Paulo.

GOVERNO CONTRA

  Além da disputa com os bancos, os trabalhadores também entraram em embate neste ano com o governo Dilma Rousseff por conta dos bancos públicos. Preocupado com a escalada de preços, o governo orientou estatais com os Correios, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a evitar aumentos salariais acima da inflação.

  No caso dos Correios, a disputa foi parar na Justiça, que determinou o fim da greve, deu aumento de R$ 80 (acima da inflação) e mandou os grevistas reporem os dias. Fonte: Uol

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