Enojado

  “Hoje pra mim é um dia enojado. Hoje pra mim é um dia péssimo”, disse o vereador Dr. Edson Fernando Inácio (MDB). O vereador, no uso da tribuna da Câmara, comentou a tentativa de aprovação de um projeto de lei, que tinha como objetivo, alterar algumas atividades comerciais para 'atividades essenciais'. Se aprovada, os comerciantes da cidade poderiam abrir seus comércios nesta fase vermelha, que se encontra Ibitinga e a região de Araraquara, no Plano São Paulo de Combate ao COVID-19.

Não deu certo

 Os vereadores Marco Antônio Fonseca (PTB) e Richard Porto de Rosa (PSDB) protocolizaram um projeto de lei para alterar as categorias de algumas atividades comerciais, para atividades essenciais, a fim de poder driblar as determinação da fase vermelha, na qual só permite o funcionamento de atividade essenciais, como supermercados, farmácias, padarias, lojas de conivências, entre outros.

Respeitando a constituição

  Antes da votação do projeto de lei, o Ministério Público de Ibitinga se manifestou lembrando que o mesmo é inconstitucional, pois os municípios só podem endurecer ainda mais as restrições previstas pelo governo estadual, não afrouxá-las, tendo em vista que as determinações são baseadas na preservação da vida.

Setenta por cento

   Antes da manifestação do Ministério Público, a expectativa era que as atividades comerciais pudessem ser alteradas, para liberar o comércio. “Pegamos essa lei e tentamos melhorá-la”, disse Fernando Inácio, sobre a participação de outros vereadores na proposta do Projeto de Lei. Ao todo sete vereadores assinaram o projeto. “Porque aqui é uma Casa de Leis e aqui todos estão beneficiando a população”, disse Fernando. “Nós pegamos o projeto, todos aqui, não vou falar só sete, todos tiveram boa intenção para beneficiar nossos munícipes”, disse Fernando.

Eu não

  “No meu entendimento, o projeto é inconstitucional, por isso, não assinei a coautoria, e não entrei no mérito se o projeto é bom ou ruim, apenas não assinei o projeto porque no meu entendimento o projeto é inconstitucional”, disse o vereador Murilo Cavalheiro Bueno (PDT), lembrando que os vereadores não chegaram a votar o projeto. “Não cabe ao município flexibilizar uma norma que foi imposta pelo governo do estado”, disse.

Coibidos

  “Apesar das mortes que nós temos tendo em Ibitinga, que eu me solidarizo, não sou a favor do lockdown, não deu certo em Ibitinga e não dá certo em lugar algum. “Agora, nós somos coibidos de assinar essa lei para poder representar nossa cidade e nossos irmãos de Ibitinga. Não é coibido pelo executivo, prefeita, é pelos maiores, pela linha de frente do governa-dor”, disse Fernando.

Verbas

  O vereador Célio Roberto Aristão (PSL) se manifestou solidário ao pensamento do vereador Fernando, e lembrou ainda, que nesta mesma pandemia, o governo do estado cortou a destinação de verbas para a Santa Casa.

Ameaça

 “Nós fomos até onde nós podíamos”, disse o vereador Adão Ricardo Vieira do Prado (PSL). Segundo ele, depois de assinar para a inclusão do projeto na pauta da Câmara, eles foram, praticamente, ameaçados para protocolizar a retirada do mesmo projeto.

Chamou a atenção

  “O que me chama a atenção neste momento é que os autores desse projeto, o vereador Marco Fonseca e o vereador Richard de Rosa, são vereadores eleitos e reeleitos”, disse a vereadora Daniela Cristina Souza Branco de Rosa (PSL). “Sabem perfeitamente que um projeto inconstitucional é incabível e inviável sequer a sua apresentação”, desabafou.

Repúdio aos colegas

  “Nós chegamos em um momento, embora já sabemos que já politizou a pandemia, a disputa no braço do poder... eu reconheço a importância que tem o tratamento isonômico, que isso é sim um respeito que temos que ter com os nossos eleitores, porque estamos aqui para fazer um trabalho sério, e não para fazer palhaçada”, disse a vereadora Presidente da Câmara, explicando a sua 'nota de repúdio' aos vereadores que propuseram inicialmente o projeto.