Haverá 2º Turno entre Bolsonaro (PSL) e Haddad (PT). Bolsonaro venceu o 1º Turno com o percentual de 46,03% - 49.276.990 e Haddad, em segundo, com 29,28% - 31.342.005, dos votos válidos, segundo o site do TSE.
Voltaremos às urnas eletrônicas em 28 de outubro, já com horário de verão (para quem gosta, uma beleza).
Os eleitores aptos somam 147.306.295 e os votos válidos foram 105.050.673. Perdemos 42.255.622 votos. Isso poderia ter mudado o resultado final do pleito, para qualquer um dos lados.
O 2º Turno é uma nova eleição, novas alianças e tentativa de transferência de votos de um candidato ou sigla partidária (que estão com péssima avaliação), para Bolsonaro e Haddad.
Bolsonaro tem recebido apoio de “Frente Parlamentares”, que para alguns analistas políticos e mais ampla, do que de Partidos Políticos. Essas “Frentes Parlamentares”, abrangem um grande número de parlamentares: os exemplos são a Frente da Agricultura, dos Evangélicos e da Bala. Os deputados dessas frentes – segundo afirmações sérias – podem chegar na casa dos 364, que é um número significativo.
Além disso, o próprio partido do Bolsonaro, o PSL, que tinha um único Deputado Federal, passou a ter a segunda maior bancada federal, com 52 Deputados.
Haddad, que em seu primeiro ato, no dia seguinte ao anuncia do segundo lugar, para disputar o 2º Turno, foi a Curitiba, na sede da Polícia Federal, visitar o seu Chefe Político, Lula da Silva, que está preso (e agora foi desaconselhado a voltar a visitá-lo – por razões óbvias).
A bancada do PT na Câmara Federal, embora tenha diminuído, continua sendo a maior, com 56 Deputados. O PT tem priorizado apoios partidários, como o do PSOL, o PDT, a REDE. O PSOL já estava em plena consonância com o PT, no 1º Turno, com Guilherme Boulos.
Os Partidos Políticos e os políticos, precisam mudar, rapidamente suas posturas. Além do exemplo que estamos vendo, nesse pleito de 2018, na Câmara e no Senado, veremos daqui há dois anos, no pleito municipal.
Tenho certeza que os parlamentares municipais, na forma de sua atuação atual, serão varridos da vida pública. São – em sua imensa maioria – como os Deputados da Câmara Federal, irresponsáveis no ponto de vista fiscal. Gostam do balcão de negócios. Ainda não perceberam que há algo de novo nos ares da política e continuam com o ranço da velha e tradicional política. Veremos.
O MDB, antigo PMDB (que nasceu velho, com um racha no MDB de Orestes Quércia) foi o que mais perdeu cadeiras: caiu de 66 eleitos em 2014 para 34 eleitos em 2018. Na comparação do resultado de 2018 com o de 2014, o MDB foi o que sofreu o maior revés. O número de deputados da sigla reduziu quase pela metade: pulou de 66 para 34 deputados. Considerando os números de 2014, apenas o PRTB deixou de eleger um deputado federal.
Como dito acima, o PSL foi o mais ganhou cadeiras: foram 52 deputados eleitos agora, contra 1 em 2014.
Menos da metade dos deputados conseguiu se reeleger, ou seja 240 dos 513.
O PSDB, que foi a 3ª maior bancada eleita em 2014, caiu para 9º.
A partir de 2019, a composição da Câmara contará com representantes de 30 partidos, um recorde desde a redemocratização. Atualmente, 25 partidos estão representados na Casa. Nas eleições de 2014, eram 28 partidos. Em 2010, 22 siglas. Em 2006, 21. Em 2002, 19. Em 1998, 18.
No Senado Federal a situação não foi muito diferente.
A correlação de forças no Senado, composto por 81 parlamentares. O MDB continua com a maior bancada da Casa. Mas o partido que iniciou a sessão legislativa em fevereiro de 2015 com 19 representantes (23,45% do total) deve começar 2019 com apenas 12 senadores (14,81%). Em seguida, aparecem PSDB, com 8 senadores (9,87%); PSD, com 7 senadores (8,64%); DEM, com 6 senadores (7,40%); e PT, com 6 parlamentares (7,40%).
Das cinco maiores bancadas que devem começar a sessão legislativa de 2019, três perderam parlamentares em relação a 2015. O PT sofreu o maior revés: uma queda de 13 para 6 senadores (-53,84%), seguido do MDB (-36,84%) e do PSDB, que passou de 11 para 8 representantes. O DEM cresceu de 5 para 6 senadores (um aumento de 20%), enquanto a representação do PSD saltou de 4 para 7 (+75%).
O resultado das urnas aponta para uma pulverização de partidos. A Casa começa a próxima sessão legislativa com 21 legendas. Em 2015, eram 15. A novidade fica por conta de Podemos, Rede, PSL, PHS, Pros, PRP, PTC e Solidariedade, que não tinham Senadores no início de 2015. Atualmente a Rede já contava com um senador, Randolfe Rodrigues (AP), que havia ingressado no partido, foi reeleito e agora será acompanhado por mais quatro correligionários. PCdoB e o Psol ficam sem representantes.
A renovação aconteceu. Há um ditado antigo, na política, que tomara não seja adotado pelos novos parlamentares: “Vamos deixar os porcos que estão gordos. Os novos chegam com muita fome”. Espero que a mentalidade dos políticos – de todos – mude com a consciência do eleitor e as fiscalizações mais eficazes da imprensa e das redes sociais (embora muito Fake News).