Ibitinga, Sábado, 23 de Novembro de 2024
Uma breve história

Estive em Cuba, mais precisamente na capital Havana. Fui num Congresso Notarial, onde havia delegações de mais de 50 países. Do Panamá até Cuba, ao meu lado sentou-se uma cubana. Achei um pouco estranho, porque até então só sabia que os cubanos deixavam a ilha, quando pediam asilos ou escapavam, pelo mar, tentando chegar aos Estados Unidos, que fica a aproximadamente 120 Km.

 Para minha surpresa a cubana disse que tinha dupla nacionalidade, era espanhola também e, mesmo assim, moradora de Havana e que ela, só podia se ausentar uma vez,  por ano, de Cuba, para ir até o Panamá, onde fazia compras, na “Zona Livre de Colón”, cidade distante 80 Km da Cidade do Panamá. 

 Fiquei muito curioso pelas mais variadas razões: Primeiro era o primeiro contato com uma pessoa que morava em Havana. Segundo como ela conseguia sair de Cuba, embora já – no início tinha dito da dupla cidadania. Terceiro por que ir até Colón, uma cidade onde os impostos são extremamente baixos e – como consequência – os produtos têm um preço inferior. Quarto queria pedir algumas “dicas” sobre Havana, já que iria passar por lá vários dias. 

 A cubana estava com o marido, segundo ela, ele era espanhol e, daí a sua condição da dupla nacionalidade. Também o conheci e conversei com ele.

 Aqui no Brasil até seria natural que alguém, nas mesmas condições que ela, aproveitasse a viagem para além das compras pessoal, levar algumas mercadorias para a venda. Aí as coisas ficaram complexas para mim. Isso para ela era completamente impossível.

 Disse-me que tinha uma quota de produtos que podia levar e, na bagagem que estava aos seus pés, mostrou-me que podia levar uma quantidade pequena de roupas, mesmo as íntimas. Produtos de higiene - como papel higiênico, sabonetes, pasta dental. 

 Quando recebi a notícia de que teria que ir para Cuba, para representar o Colégio Notarial do Brasil, numa das Comissões e participar de discussões e decisões plenárias, o que me honrou muito, recebi, também, algumas informações sobre o que deveria levar, de forma imperiosa:  a moeda corrente, em Cuba, é o CUP ou o CUC; não leve dólar e sim, Euro; leve papel higiênico e aquelas tolhas umedecidas (para alguma emergência); sabonetes; pasta dental; desodorante. Enfim, era para eu levar, exatamente o que a cubana tinha ido comprar em Colón, no Panamá.

 Perguntei sobre restaurantes. Disse que haviam vários, mas que o poder aquisitivo não dava oportunidade para frequentá-los. 

 Achei bom voltar a conversa do câmbio, como deveria proceder na troca da moeda, uma vez que existiam duas moedas (CUC e o CUP). 

 Duas são as moedas correntes em Cuba: a primeira é o peso cubano, também conhecido como “moneda nacional”, e a que mais interessa para os que estão em viagem, o “peso conversível”, esse dinheiro é o conhecido “CUC”. Esse papel moeda é o que circula em alguns setores específicos, entre eles o turismo (que era o meu caso). Todos os preços de diária em hotéis, táxi, restaurantes, o valor é em CUC.  Embora não circule, formalmente o dólar americano, a paridade do CUC é com a moeda norte americana. 

 O peso cubano, de siglas CUP ou MN, é a moeda que a maioria dos cubanos recebe o seu salário e paga suas contas. 1 CUC vale infinitamente mais para o pobre trabalhador cubano. Ao deixar Cuba, deixe todo o dinheiro, porque ele só vale por lá.

 Bem Havana é uma cidade à beira do mar caribenho, em determinados lugares parece um lugar destruído por uma guerra. Povo extremamente acolhedor. Há carros muitos velhos na rua. Há, também, carros importados, com insufilm, alguns ao que parece blindados. Dizem que são de quem tem “alta patente”. Existe uma casta social e uma diferença enorme entre os padrões de vida.

 Os cubanos adoram a Ilha, mas, seu desejo é a liberdade de poderem ir e vir, o que é impossível, mesmo para a cubana a que me referi.

 É um local a ser visitado, independentemente do regime, das questões ideológicas. O mundo e os EUA deveriam acabar com o Embargo Comercial. O cidadão cubano merece, como todos nós, a felicidades. 

 Quem sabe, um dia, isso aconteça para eles, especialmente com o novo Presidente Miguel Díaz-Canel.

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