Ibitinga, Quarta, 17 de Abril de 2024
130 anos de República

A família Real deixa Portugal para fugir de Napoleão Bonaparte e vem para o Brasil, em 1808, terra que fora descoberta por Pedro Alvares Cabral, no ano de 1500. Chega no Brasil, mais especificamente em Salvador, no dia 22 de janeiro de 1808. O Regente era D. João. A Rainha era sua mãe, D. Maria I, em razão de incapacidade, declarada em 1792. D. João tornou-se Rei de Portugal entre 1816 e 1826.

   Seis dias depois, de chegar ao Brasil, D. João decretou a abertura dos portos brasileiros a todas as nações amigas. Logo em seguida, criou a Escola Médico-Cirúrgica da Bahia. Com o primeiro ato, desmanchava-se o monopólio colonial. Doravante, o Brasil poderia comercializar com qualquer país e não apenas obrigatoriamente com a metrópole ou com a intermediação portuguesa. Com o segundo, criava-se a primeira instituição de ensino superior em território brasileiro, pois, ao contrário do que sucedia na América espanhola, onde, desde o século XVI, havia universidades, os jovens que viviam no Brasil tinham de formar-se em Coimbra ou em outros centros europeus de saber. As duas decisões representavam a ruptura da estrita dependência em que Lisboa mantinha os seus domínios americanos e prenunciavam as grandes reformas que D. João faria na vida brasileira.

   No filme Carlota Joaquina, princesa do Brasil, Marco Nanini incorporou um dom João caricato, glutão e meio bobo. Essa imagem tem sido redimensionada pela história. Não que dom João não fosse comilão; ele era, assim como os nobres europeus da época cujos hábitos alimentares se baseavam na fartura. Mas de tolo não tinha nada. Ao contrário do marido, a espanhola dona Carlota não se adaptou ao Brasil e deu graças a Deus quando regressou a Portugal.

   Pedro I do Brasil ou Pedro IV de Portugal, apelidado de "o Libertador" e "o Rei Soldado", foi o primeiro Imperador do Brasil como Pedro I de 1822 até sua abdicação em 1831, e também Rei de Portugal e Algarves como Pedro IV entre março e maio de 1826. Pedro viveu seus primeiros anos de vida em Portugal até a vinda para o Brasil. Era o quarto filho de João e Carlota Joaquina, sendo assim um membro da Casa de Bragança. A eclosão da Revolução Liberal do Porto, em 1820, forçou a volta de João VI para Portugal em abril do ano seguinte, ficando Pedro I no Brasil como seu regente. Pedro declarou a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822. Foi aclamado como seu imperador no dia 12 de outubro e derrotou todas as forças fiéis a Portugal até março de 1824.

   Pedro foi incapaz de lidar com os problemas simultâneos do Brasil e Portugal, por fim abdicando do trono brasileiro em 7 de abril de 1831 em favor de seu filho mais novo Pedro II e partindo para a Europa.

   Pedro invadiu Portugal em julho de 1832 no comando de um exército. Inicialmente seu envolvimento parecia ser em uma guerra civil portuguesa, porém logo o conflito ficou maior e englobou toda a Península Ibérica em uma disputa entre defensores do liberalismo e aqueles que queriam a volta do absolutismo. Pedro acabou morrendo de tuberculose em 24 de setembro de 1834, aos 35 anos de idade, poucos meses depois de ele e os liberais terem saído vitoriosos. Ele foi considerado por contemporâneos e pela posteridade como uma figura importante que auxiliou na propagação dos ideais liberais que haviam permitido que o Brasil e Portugal deixassem os regimes absolutistas para formas mais representativas de governo.

   Pedro II , alcunhado o Magnânimo, foi o segundo e último imperador do Império do Brasil durante 58 anos, de 1831 até sua deposição em 15 de novembro de 1889.  Nascido no Rio de Janeiro, foi o filho mais novo do imperador Pedro I e da imperatriz Dona Maria Leopoldina. A abdicação do pai e sua viagem para a Europa tornaram Pedro imperador com apenas cinco anos. Passou a maior parte de sua infância e adolescência estudando em preparação para imperar. Suas experiências com intrigas palacianas e disputas políticas durante este período tiveram grande impacto na formação de seu caráter. Herdando um império no limiar da desintegração, Pedro II consolidou a unificação do Brasil. Sob seu governo, o país também foi vitorioso em três conflitos internacionais (a Guerra do Prata, a Guerra do Uruguai e a Guerra do Paraguai), assim como prevaleceu em outras disputas internacionais e tensões domésticas.

   Um erudito, o imperador estabeleceu uma reputação como um vigoroso patrocinador do conhecimento, cultura e ciências. 

    O Império do Brasil foi dissolvido em 15 de novembro de 1889, por meio de um golpe de Estado. D. Pedro II não permitiu nenhuma medida contra sua deposição e não apoiou qualquer tentativa de restauração da monarquia, passando os seus últimos dois anos de vida no exílio na Europa. Algumas décadas após sua morte seus restos mortais foram transladados para o Brasil como os de um herói nacional.

    Dia 15, comemoramos, sem muita festa, os 130 anos da República; uma República que precisa ser refundada, em novos alicerces. D. João vem e abre o comércio, na sequência institui o Curso Superior, na área médica, a primeira do Ensino Superior, em solo brasileiro. Percebam que 130 anos depois da República e 519 anos do descobrimento do Brasil, as autoridades ainda não se dão conta da importância do Curso Superior, que foi criado, inicialmente, para que os brasileiros não precisassem mais ir para a Europa concluir seus estudos, como ainda acontece – aqui mesmo. Realmente, para mim, D. João não era parvo, tampouco o último Imperador, D. Pedro II, esse, um homem extraordinariamente culto.

   A República – precisa passar – necessariamente por novos fundamentos. Os temas da Revolução Francesa de 1759 – que assombraram os portugueses em 1807 – a Liberdade, Igualdade e Fraternidade – devem ser revisitados e não ficarmos numa retórica. "Majestade, não há pão para comer." (As más colheitas de 1789 haviam feito com que o preço do pão aumentasse de forma vertiginosa, em França) Ao que Maria Antonieta respondeu: "Se não têm pão, que comam brioches". 

   O Povo – dono do poder numa República – precisa de pão (emprego), saúde, segurança e segurança jurídica. Tudo isso, é preciso coesão do Poder do Povo.

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